Memória

Cauby Peixoto morre em São Paulo, aos 85 anos

Cantor, com 65 anos de carreira, estava internado há uma semana

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 16/05/2016 às 6:50
foto: divulgação
Cantor, com 65 anos de carreira, estava internado há uma semana - FOTO: foto: divulgação
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Cauby Peixoto, faleceu no final da noite do domingo, aos 85 anos, em São Paulo, em conseqüência de pneumonia. Ele estava internado desde a semana passada no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo. O artista interrompeu uma turnê que fazia com a cantora Ângela Maria, para celebrar 60 anos de carreira (na verdade 65). O corpo do cantor será velado na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Cauby Peixoto Barros era fluminense, de Niterói, saído de uma família extremamente musical. O tio Nonô foi pianista famoso no Rio, era primo de Ciro Monteiro, e seus irmãos, Moacir, Andiara e Araken também foram muito bem sucedidos.  Porém Cauby Peixoto começou a carreira em São Paulo. Ele foi visto por um empresário paulista cantando na Boate Casablanca, no Rio, e o contratou imediatamente para cantar na boate Oásis, na capital paulista. Carisma e uma voz privilegiada o tornaram logo bastante conhecido, a ponto de ser contratado pela Rádio Tupi, e daí para a Rádio Nacional, do Rio.

Uma das figuras realmente icônicas da música brasileira, Cauby Peixoto teve o seu auge entre os anos 50 e meados dos 60, mas nunca saiu de moda. Ele começou a gravar em 1951, com relativo sucesso, mas só chegou aos topos das paradas com o samba canção Conceição (Jair Amorim/Dunga), em 1956.

 

A característica marcante de Cauby Peixoto foi gravar todos os estilos, rigorosamente todos. Um de seus primeiros 78 rotações, em 1951, tinha no lado A o baião Caruaru (Belmiro Barrela), foi pioneiro no Brasil a gravar rock and roll em português, Enrolando o Rock (Betinho/Heitor Carillo), em 1956 (lado B do bolero Linda, de Mariano Mores / A. L. Martinez / A. Bourget), lançou dezenas de marchinhas. Adotou o nome de Ron Coby, quando tentou a carreira nos Estados Unidos, com bons contatos, mas pouco sucesso.

Amargou ostracismo, no começo dos anos 70, mas voltou com força aos palcos, em 1980, com o LP Cauby Cauby, alavancado pelo clássico Bastidores (Chico Buarque), composta especialmente para ele, assim como Cauby Cauby, de Caetano Veloso. Desde então manteve carreira regular, com uma atração especial pelo Recife, onde gravou discos, com selo da Polydisc, e fez shows com músicos locais, como o violonista Cláudio Almeida,e era atração do Festival da Seresta.

O ultimo disco de Cauby Peixoto foi lançado no final do ano passado, A Bossa de Cauby Peixoto, lançado pela Biscoito Fino, com produção de Thiago Marques Luiz. 

 

 

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