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Recriação do Ministério da Cultura divide opiniões nas redes sociais

Para muitos a decisão mostra vulnerabilidade e falta de posicionamento do governo, que cedeu à pressão da classe artística

JC Online
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Publicado em 21/05/2016 às 17:31
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Para muitos a decisão mostra vulnerabilidade e falta de posicionamento do governo, que cedeu à pressão da classe artística - FOTO: Foto: Reprodução
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A notícia da recriação do Ministério da Cultura, anunciada neste sábado (21) pelo presidente em exercício Michel Temer, está dividindo opiniões nas redes sociais. O clima geral é de insatisfação, até mesmo por parte daqueles que defendiam a volta do ministério. 

Nas redes sociais, usuários pediram até mesmo boicote ao filme "Aquarius", que está entre os favoritos a ganhar o prêmio Palma de Ouro neste domingo (22) no Festival de Cannes, na França. Para muitos a decisão mostra vulnerabilidade e falta de posicionamento do governo, que cedeu à pressão da classe artística.

Através do Twitter, o ator Jose de Abreu comemorou a decisão. "Ganhamos a primeira batalha. O adversário demonstra fraqueza. Vamos continuar a guerra até a vitória", escreveu o ator. O roteirista Paulo Halm também se posicionou de maneira favorável à volta do MinC. "Nossa pressão funcionou. Temer golpista recuou e vai recriar o MinC. Agora é pressão diária para derrubar o traidor!", declarou em sua conta no Twitter. 

A atriz Letícia Sabatella também expressou sua revolta com o governo Temer em sua página do Facebook. "Devolveu o Ministério da Cultura? É o mínimo. Agora devolve a presidência!", dizia a postagem compartilhada pela atriz. 

Páginas de apoio ao retorno do ministério no Facebook reconheceram o avanço, mas devem continuar protestando conta o governo. "O recuo do presidente interino é uma vitória da luta da cultura em todo o país. No entanto, não reconhecemos o governo ilegítimo empossado após um golpe", defendeu a página Funarte MG Ocupada.  

O anúncio foi feito na tarde deste sábado (21) pelo ministro da Educação Mendonça Filho. A partir da terça-feira (24), a Cultura deixa de ser subordinada ao Ministério da Educação e passa a ser comandada por Marcelo Calero.  

OCUPAÇÕES - Apesar do anúncio governamental de recriação do Ministério da Cultura (MinC), prédios públicos no Recife e em outras cidades do País permaneceram ocupados até o fechamento desta edição. Manifestantes do Rio de Janeiro reagiram com indiferença à notícia e disseram que vão continuar acampados nas regionais do ministério.

No Recife, segundo o ator Pedro Vilela, a ocupação não é um ato contrário apenas à extinção do MinC, mas também ao governo de Michel Temer. “Somos artistas e estamos discutindo o MinC , claro, mas, acima de tudo, acreditamos que este governo é ilegítimo e é contra ele que lutamos”, explicou.

No Palácio Capanema, no Rio, artistas acampados desde a última segunda-feira afirmam que pretendem permanecer no prédio. “É claro que a recriação do ministério é positiva, mas o MinC não é de um governo, e sim uma conquista do Estado brasileiro”, disse o cineasta Rodrigo Séllos. Na Virada Cultural de São Paulo, ontem, durante show de Ney Matogrosso, uma parte do público levantou uma faixa dizendo "Fora Temer” e logo um sonoro coro começou.

Já nas redes sociais, artistas comemoraram o anúncio. “Ganhamos a primeira batalha. O adversário demonstra fraqueza. Vamos continuar a guerra até a vitória”, escreveu o ator José de Abreu no Twitter. “Nossa pressão funcionou. (...) Agora é pressão diária para derrubar o traidor!”, declarou o roteirista Paulo Halm.

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