Lançamento

Jackson do Pandeiro tem parte da obra reeditada em caixa com 15 CDs

Box Rei do Ritmo abrange todas fases carreira do cantor paraibano

JOSÉ TELES
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Publicado em 11/06/2016 às 1:38
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Box Rei do Ritmo abrange todas fases carreira do cantor paraibano - FOTO: foto: divulgação
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Uma das vozes guia da música popular brasileira, Jackson do Pandeiro (1919/1982) é mais citado do que escutado. A quase totalidade da sua extensa discografia está fora de catálogo. A Universal Music expia em parte este pecado da indústria fonográfica lançado a fornida caixa Jackson do Pandeiro ­ O Rei do Ritmo, com 12 CDs duplos e três simples, totalizando 235 músicas, boa parte do que o cantor gravou por quase 30 anos. A curadoria do projeto foi do pesquisador e produtor Rodrigo Faour, com Alice Soares, gerente do marketing estratégico da Universal Music, Maysa Chebabi, coordenadora de label copies da gravadora.

 Um envolvimento de quase uma década de trabalho. Uma tarefa comparável a montar um quebra­cabeças sem que se tenha todas as peças. José Gomes Filho, paraibano de Alagoa Grande, inaugurou sua discografia em 1953, com um 78 rotações, lançado pela Copacabana, com Sebastiana (Rosil Cavalcanti) e Forró em Limoeiro (Edgar Ferreira), gravadas no estúdio da Rádio Jornal do Commercio, na Rua do Imperador, no Centro do Recife, com arranjos do maestro Clóvis Pereira. A obra foi encerrada em 1981, com o álbum Isso é Que é Forró, saído pela Phillips.

Ao longo desses anos, Jakcson do Pandeiro passou pela Continental, Chantecler, CBS, Columbia, (atual Sony Music), Cantagalo, com discos lançados por selos alternativos dentro destes labels. Não bastasse a variedade de gravadoras, tem a quantidade de autores: mais de uma centena, muitos com parcerias cedidas ao cantor e registradas, de acordo com conveniência dele, em diversa editoras. No caso da impossibilidade de amarrar a parceria, a mulher Almira Castilho assumia o papel de parceira, e aí se tornou co-autora de um dos clássicos da MPB, Chiclete com Banana, do baiano Waldeck Artur de Macedo, ou Gordurinha (1922/1969), colega de Jackson e Almira na Jornal do Commercio.

As múltiplas parcerias endureceram ainda mais a empreitada. Faour esclarece que não se pode lançar repertórios completos de vários discos porque alguns autores, ou seus herdeiros, não foram encontrados para autorizar a liberação das músicas: "Foi um hercúleo trabalho encontrar as editoras musicais de um número tão grande de fonogramas raros e por vezes com autores desconhecidos e infelizmente não localizados, o que nos impossibilitou os lançamentos dos álbuns originais de carreira na íntegra, sendo necessário compilar em 3 CDs duplos a fase dos anos 1960".

Em compensação, Jackson do Pandeiro era contratado da Phillips (embutida na Universal Music) durante a primeira metade dos anos 60, quando lançou a maioria dos seus melhores LPs e compactos (simples e duplos). Por sorte, sua fase inicial aconteceu na Copacabana, cujo catálogo está na mesma Universal: "Felizmente, todos os tapes com as músicas originais da fase Phillips (anos 1960 a 80) foram encontrados intactos, o que valoriza imensamente esta caixa, pois o som está puríssimo e atual. Por sua vez, as capas de todos os álbuns de carreira originais ­ igualmente raras e difíceis de localizar ­ estão devidamente preservadas nos encartes da caixa e das coletâneas", sublinha Rodrigo Faour.

FASES

Os primeiros anos da década de 60 foram os mais ricos da carreira de Jackson do Pandeiro, em todos os sentidos. Tanto em quantidade e qualidade do que gravou, quanto no sucesso que fazia em todas as camadas sociais, com ele e Almira Castilho,  que se conheceram nos bastidores da Rádio Jornal do Commercio, formando um casal inseparável, nas capas dos discos, no palco, e em humorísticos da TV. Sambas, frevos, marchinhas, forrós (em seus vários desdobramentos rítmicos) compõem este período de sua discografia.

Nesta fase está reunida, no capítulo Jackson do Pandeiro nos anos 60, uma trinca de CDs duplos, com fonogramas pinçados de nove álbuns gravados entre 1960 e 65. Foi a fase de maior número de hits de Jackson do Pandeiro. A Mulher Que Virou Homem (com Elias Soares), Cantiga da Perua (com Elias Soares), Xexéu de Bananeira (Jackson do Pandeiro) Como Tem Zé na Paraíba (Manezinho Araújo/Catulo de Paula), Samba do ziriguidum (Jadir de Castro/Luis Bittencourt) e Forró do Zé Lagoa (Rosil Cavalcanti).

O Jackson do Pandeiro dos anos 60 está também nas duas coletâneas duplas intituladas Na Base da Chinela, que reúne lançamentos avulsos dos 60 e início dos 70 (Jackson do Pandeiro foi um grande vendedor de compactos), abrangendo forrós, sambas, frevos e marchinhas (carnavalescas e juninas). É uma das sequências mais apetitosas da caixa, pelas raridades. Lançados exatamente como chegaram nas lojas em LP, apenas dois títulos: Aqui Tô Eu (1970) e Isso É Que É Forró (1981), este último fecha a discografia de Jackson do Pandeiro, foi o derradeiro que gravou

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