Iniciado no ano passado, com edições em São Paulo e Brasília, o Festival BB Seguridade de Blues e Jazz expandiuse na segunda edição para mais capitais, e aterrissa hoje no Parque de Santana, em Casa Forte. A partir das 14h, sete atrações passam pelo palco do parque, nomes consagrados como o bandolinista Hamilton de Holanda, o guitarrista americano Stanley Jordan, a cantora Maria Gadu e a banda Blues Etílicos e além da Orleans Street Jazz Band, O Bando, e a pernambucana Uptown Band.
O festival promovido pelo BB Seguridade objetiva ocupar os parques das cidades com música, com entrada e franca e, mais importante, qualidade. Cada um desses nomes citados trabalha na contramão do fácil e da vulgaridade que assola a MPB e, obviamente estão muito bem acompanhados. Stanley Jordan inovou a técnica da guitarra nos anos 80, desde meados daquela década que Jordan faz turnês brasileiras, incluindo o Recife no roteiro. O repertório do americano é vasto e eclético. Com várias apresentações em Pernambuco no seu currículo, Jordan, por exemplo, toca com o mineiro Dudu Lima, baixista do trio que tem seu nome, com disco gravado com Milton Nascimento e conhecido dos pernambucanos, pelas participações no extinto Garanhuns Jazz Festival (o agora Gravatá Jazz Festival).
Capítulo importante do instrumental nacional, o baterista Ivan "Mamão" Conti, tocou com meio mundo de estrelas da MPB, porém é mais conhecido como um dos integrantes do grupo Azymuth, cultuado grupo de jaz, e que está sendo curtido pela geração Y, sabese lá a razão, como um dos ícones psicodelia brasileira. Mamão toca com Stanley Jordan e Dudu Lima, numa parceria que já tem 12 anos.
O mais conhecido dos bandolinistas em atividade no país, o carioca, criado em Brasília, Hamilton de Holanda incursiona por várias searas, do clássico ao jazz, mas sempre com um pé firme no chorinho. Prolífico, o bandolinista está com dois DVDs recémlançados, Pixinguinha ao Vivo e Alegria, gravado com a Orquestra de Mato Grosso, regida pelo maestro Leandro Carvalho, um trabalho dirigido ao publico infantil.
No BB Seguridade Hamilton de Holanda toca com o acordeonista Marcelo Caldi e o percussionista Thiago da Serrinha. No repertório uma composição sua em homenagem a Naná Vasconcelos intitulada Nafrenavo, e mais Samba de Chico, também de sua autoria, feita para o álbum em que visita o repertório de Chico Buarque, alguns dos seus "caprichos", como Capricho do Sul e Capricho da Espanha. E uma fileira de clássicos, entre eles Segura Ele (Pixinguinha), Canto de Ossanha (Vinicius de Moraes/Baden Powell), Lamento Sertanejo (Dominguinhos/Gilberto Gil), ou Feira de Mangaio (Sivuca e Glorinha Gadelha). Ou talvez prefira chamar a música de Forró do Dominguinhos, nome com que a música foi gravada, sem letra, originalmente pelo Quinteto Violado.
A Blues Etílico é a banda decana dos blues brasileiro, na estrada há 31 anos, com nomes feito Celso Boy Blues, contribuiu para sedimentar o gênero no país e abrasileirálo, com letras em português e temática própria. O Bando é um grupo mineiro com bastante estrada, por onde trafegou com Milton Nascimento. O grupo faz blues, mas pode arremessar, de repente, um Pink Floyd. Eles formam também a mais conhecida banda cover do Pink Floyd no Brasil. A Uptown Blues Band, do baterista e produtor Giovanni Papaléo, é uma marca pernambucana que remonta ao final dos anos 90. "Para esse show a Uptown apresentará um novo repertório que resume a experiência adquirida nesses 19 anos. A banda terá como convidados Mauro Santoli (gaita), Rama On (gaita) e Guga Fonseca (teclados). Também apresentaremos algumas autorais nossas: Arrastapé (do nosso CD do Mississipi ao Capibaribe), Me Dá um Beijo, Blues em Português, O Blues é Meu Negócio. Fechando o repertório, tocaremos também um novo medley da Uptown numa versão vintage rockabilly, e versões nossas de clássicos do rock para a linguagem do blues: Sweet Child of Mine (Guns and Roses), Come Togther (Beatles) e Smells Like Teen Spirit (Nirvana)", diz Papaléo.
A paulistana Orleans Street Jazz Band é para animar a festa tocando a raiz do jazz, ragtime ou second line, de New Orleans, com standards do rhythm and blues. Por fim, mais não menos importante, Maria Gadu, com banda e o convidado Tony Gordon, enveredam pelos blues. Um show montado especialmente para o BB Seguridade de Blues e Jazz.