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Grande dama do teatro brasileiro, Bibi Ferreira morre aos 96 anos

Grande dama do teatro brasileiro foi vítima de parada cardíaca

JC Online
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Publicado em 13/02/2019 às 13:50
Wilian Aguiar/Divulgação
Grande dama do teatro brasileiro foi vítima de parada cardíaca - FOTO: Wilian Aguiar/Divulgação
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Um dos maiores ícones do teatro brasileiro, Bibi Ferreira faleceu na tarde desta quarta-feira (13). A atriz, diretora e cantora faleceu em sua casa, no Flamengo (RJ), vítima de uma parada cardíaca, segundo informações de O Globo. A informação foi confirmada por sua filha, Teresa Cristina. 

Em setembro do ano passado, Bibi Ferreira anunciou sua aposentadoria. "Nunca pensei em parar, essa palavra nunca fez parte do meu vocabulário, mas entender a vida é ser inteligente. Fui muito feliz com minha carreira. Me orgulho muito de tudo que fiz. Obrigada a todos que de alguma forma estiveram comigo, a todos que me assistiram, a todos que me acompanharam por anos e anos. Muito obrigada!", escreveu a atriz em um comunicado.

A nota afirmava que Bibi estava bem, em casa "mas decidiu que não terá mais possibilidade de se apresentar". "Com três internações que teve esse ano, sempre em função de infecções oportunistas e exames, entendemos que ela já não teria mais a energia necessária para se apresentar no palco", diz ainda o comunicado. Em junho de 2018, Bibi Ferreira foi internada no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio, com um quadro de desidratação.

ÍCONE

Como um farol que, firme, ajudou a nortear várias gerações de artistas, Bibi Ferreira é uma luz que não se apaga. Sua saída de cena é um merecido descanso se alguém que viaja o mundo divulgando a arte desde a infância - é filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, nunca se esquivou em reafirmar suas posições ou mediu esforços para dignificar o ofício dos fazedores de cultura.

Participou de montagens marcantes, como a adaptação de My Fair Lady, e Gota D'Água, de Chico Buarque e Paulo de Pontes, com quem foi casada, entre outras. No teatro musical, se tornou uma referência incontornável. Esteve no Recife nos anos 1950, quando dirigiu o Teatro de Amadores de Pernambuco.

Não poderia, portanto, ser mais adequado o repertório que ela apresentou na sua última passagem pela capital pernambucana, que agora ganha contornos ainda mais especiais. Com sua voz poderosa e cristalina, ela cantou que não se arrependia de nada e que o passado não a interessava em Non, Je Ne Regrette Rien, imortalizada pela igualmente intensa Edith Piaf. Afirmou também que muitas vezes tinha “pensado em pular fora”, mas que seu “coração não aceitava”, entoando That’s Life, de Frank Sinatra. Bibi, por tudo, somos nós que agradecemos.

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