“As nossas raízes escravas estão dentro de nós. Meu irmão Lula (Calixto) quando ia vender cocada e pão na rua acabava cantando uma música ou pisando um coco pra agradar o cliente. Isso ninguém ensina, tá na gente porque é nossa história”, diz Assis Calixto, que gosta de dividir o título de Patrimônio Vivo (in memoriam) com o irmão Lula, que morreu há 20 anos.
Os irmãos são responsáveis por alçar Arcoverde, no Sertão, a Capital do Samba de Coco. Em 1992 eles criaram o grupo Coco Raízes e seguem perpetuando o legado entre netos e bisnetos. Lula também criou tamancos de tábua de pinho porque não gostava do som que os outros faziam quando dançavam o coco.
DE PRIMEIRA
“Essa foi a nossa primeira tentativa de conquistar o título de Patrimônio Vivo e ficamos felizes em sermos reconhecidos pelo trabalho que fazemos enquanto ainda estamos aqui com capacidade de criar e repassar nossos conhecimentos para as novas gerações. O valor mensal também vai ajudar porque muitos artistas não conseguem viver só da arte”, observa.