O Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura, o Funcultura, anunciou os projetos aprovados em sua etapa geral, que contempla 14 linguagens, entre teatro, fotografia, patrimônio cultural, cultura popular, gastronomia e circo. Inicialmente previsto para ser anunciado no próximo dia 13, o resultado do edital contemplou 248 projetos espalhados pela Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão, que receberão um total de R$ 15,68 milhões. O valor corresponde à 49% do recursos do fundo que é o segundo maior do país, ainda contemplando música, audiovisual e microprojetos.
Dentro do contexto de crise ao incentivo cultural em um nível federal, o Funcultura se consegue ir na contramão. “O Funcultura é a consolidação de uma política cultural que começou em 2007 e em um momento de crise nacional, ele passa a ter um papel fundamental, porque recebemos constantemente informações de que o setor privado vem encolhendo. Produtores vêm com dificuldades de encontrar patrocinadores, então o Estado cumpre seu papel de indutor da política cultural”, relata Marcelo Canuto, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
Ainda dentro dessa ida na contramão, Silvana Meirelles, secretária executiva de cultura, pontua que “temos essa governança, realizada em colaboração com os produtores, sempre debatendo o aprimoramento dos editais. Nesse sentido, acho que a gente precisa estar juntos e enxergar que o Funcultura é instrumento de política cultural, mas é também, dentro desse cenário, um instrumento de resistência e reação à uma ausência completa de uma política cultural federal. Os Estados do Nordeste têm uma consciência dessa necessidade de união”.
REGIONALIZAÇÃO
Dentro desse cenário, é possível enxergar um começo de caminhada para uma maior regionalização dos recursos do Funcultura. A Região Metropolitana ainda detém a maior parte dos projetos aprovados, com 176 ao todo, aproximadamente 70%. Em seguida, vem a Zona da Mata, com 28. O Sertão teve 23 contemplados e o agreste 21. Dentro do cenário da acessibilidade, 174 projetos contam com pelo menos uma ação. A tradução em libras corresponde a 32%, 16% para audiodescrição, 8% para legendas, 5% para descrição em braile e 26% para adequação do espaço.
Dentro do recorte dos produtores, 90% são de pessoa física e 10% pessoa jurídica. “Esse dado é importante porque mostra que, apesar do Funcultura ser um instrumento de política pública e por isso ele possui um rito formal, ainda assim as pessoas físicas conseguem aprovar, não precisam ter uma institucionalização para conseguir”, aponta Aline Oliveira, superintendente do Fundo. 196 desses produtores aprovaram um projeto e 26 aprovaram dois, limite máximo do edital. Dos aprovados, 51 são de produtores que nunca haviam inscrito projetos. Ao todo, foram 1.059 pleiteados e 891 passaram para a fase de análise do mérito cultural.
Entre alguns destaques, temos o Trema! Festival de Teatro, realizado desde 2012, mas que teve a edição deste ano suspensa por falta de recursos. Dentro das artes integradas, o Festival Viva Vitalino receberá aporte para realiza um festival de arte e cultura no Alto do Moura, Caruaru, em homenagem ao mestre do barro. O Forte das Cinco Pontas conseguiu aprovar R$ 75 mil em recursos para a instalação de elementos de acessebilidade locomotiva e comunicacional. A lista completa dos projetos pode ser conferida em www.cultura.pe.gov.br/funcultura. Para o final do ano, está previsto o lançamento dos editais 2018/2019 e 2019/2020 do Audiovisual, que passou por atrasos por impasses com a Agência Nacional do Cinema (Ancine).
