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Tentei a melhor solução possível, diz diretor da SPFW sobre morte de modelo

Tales Cotta sofreu mal súbito enquanto desfilava para Ocksa na São Paulo Fashion Week deste ano

Do Estadão Conteúdo Gabriela Marçal
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Gabriela Marçal
Publicado em 30/04/2019 às 12:53
Foto: Nelson Almeida/AFP
Tales Cotta sofreu mal súbito enquanto desfilava para Ocksa na São Paulo Fashion Week deste ano - FOTO: Foto: Nelson Almeida/AFP
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Desde a morte de Tales Cotta, que sofreu mal súbito enquanto desfilava para a Ocksa na São Paulo Fashion Week (SPFW), o evento vem enfrentando críticas por ter continuado com sua programação. Nesta segunda-feira, 29, Paulo Borges, idealizador e diretor criativo da semana de moda de São Paulo, falou pela primeira vez publicamente sobre o incidente.

"Se existisse alguém ali, talvez, que pudesse parar tudo seria eu mesmo. Fiz da maneira que fiz, porque sou humano como todos. Impactado com toda a emoção e com tudo que decorria disso", disse em um vídeo de quase seis minutos publicado no Instagram.

O responsável pela SPFW também fala sobre as críticas. "Eu não desejaria a ninguém estar ali no olho do furacão vivendo uma energia tão inexplicável, tão difícil, tão dolorosa, tão surpreendente. (...) É muito difícil nesse momento você saber qual é a melhor decisão. Não existe esse distanciamento, essa lógica fria que depois do fato, longe do fato você consegue dizer 'puxa', 'mas'. (...) Não tem como achar a melhor solução. Tem a melhor solução possível que um ser humano pode tomar."

"A gente viveu e está vivendo algo inimaginável. Não existe um manual para lidar com uma situação tão trágica, tão inesperada, tão surreal como essa. (...) No momento que o Tales teve o mal súbito e foi prontamente atendido pela equipe de socorristas e encaminhado ao hospital não havia possibilidade, ninguém contava com uma tragédia. Todos ali estavam o tempo todo com pensamentos positivos, realizando seus sonhos de trabalho de meses", relatou Paulo Borges.

O diretor criativo esclareceu como decorreu a programação do evento após o desmaio de Tales na passarela. "O desfile da Ocksa aconteceu porque o acidente, até então, não trágico, nem fatal já estava atendido. E foi assim que se deu. Todo mundo assustado, todo mundo emocionado e assim foi também com o desfile da Flávia Aranha. O óbito do Tales ocorreu às 18h40, fomos informados às 18h50, já tinham acontecido os dois desfiles "

Borges afirma que manteve contato com a mãe do modelo. "Consigo estar aqui falando e fazendo esse vídeo porque desde o acidente, dessa fatalidade, eu falei com a dona Heloisa várias vezes e se alguém me ensinou foi ela."

Heloisa Cotta, mãe do modelo, comentou no post no Instagram em que a marca Ocksa se desculpa por ter continuado o desfile após o desmaio de Tales. "Não se culpem. Tales era profissional. Vocês não fizeram mal nenhum. No momento ninguém sabia realmente o que tinha acontecido. O certo era seguir o desfile para não desestabilizar o restante", escreveu.

"Em nome de toda equipe pedimos desculpas por termos dado continuidade ao desfile, independentemente das informações que dispúnhamos naquele momento, no backstage. Independentemente se tivesse sido uma queda ou ele ter desmaiado, jamais deveríamos ter dado continuidade ao desfile. Tudo aconteceu muito depressa", explicou em nota a Ocksa, que desfilava pela primeira vez na semana de moda paulista.

O caso

Tales Cotta, 26 anos, sofreu um mal súbito durante desfile e morreu no Pronto-Socorro Municipal da Lapa, na zona oeste da cidade, no sábado, 27. O modelo foi enterrado nesta segunda-feira, 29, em sua cidade natal, Manhuaçu, em Minas Gerais. A agência de modelos Base MGT fez uma homenagem em sua sede em São Paulo e plantou uma árvore em memória do modelo.

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