Os 12 shows que Djavan já realizou, pelo Brasil, da turnê Vesúvio põem em xeque a asserção de que o povo só quer, e só gosta de sertanejos e similares. “Tem sido um êxito enorme, com ingressos esgotando-se rapidamente”, afirma Djavan, em entrevista por telefone. Interesse grande não apenas dos que vão ao teatro, como também do que consumem música por streaming. Djavan conta que recebeu da Sony Music um certificado pelas 316 milhões de vezes que suas canções foram escutadas nas plataformas digitais. Ele está aportando nesse final de Recife para apresentar Vesúvio, sábado, no Classic Hall, às 21h, turnê prossegue até 2020, com uma passagem pela Europa.
O público que irá assisti-la se tivesse acesso ao backstage testemunharia a parafernália de equipamentos e pessoas que os fazem funcionar: “Meus shows em geral levam de seis a sete meses para serem elaborados. São muitos elementos, luz, palco, cenário, som, e muita gente que tudo isto funcione. Comigo o show que apresento no Rio é o mesmo que apresento em todas cidades. Não tem isto de montar uma estrutura menor. A maior parte que usamos vai numa numa parte, parte de avião. Viajo com uma equipe de 24 pessoas. São todos profissionais, que também trabalham com outros projetos, então temos que ter uma agenda que bata com agenda da equipe”, explica o cantor.
Claro, viajar com uma estrutura tem custos. Djavan revela que a turnê não tem patrocinadores: “Eu mesmo banco tudo. Nunca usei Lei Rouanet. Mas acho que as pessoas têm uma ideia errada sobre a Lei Rouanet, que é um dever do estado, um elemento transformador, de ensinamento para o povo. Muitos países desenvolvidos do mundo têm os mesmos instrumentos, para atingir os mesmo objetivos. Cultura é um elemento de formação das pessoas, um povo sem cultura não existe. Por ser um instrumento de cultura, a Lei Rouanet é legitima, tem que permanecer. E todo mundo que produz cultura tem o direito legitimo de recorrer à Lei Rouanet. Não uso lei Rouanet porque não preciso, mas aprovo a lei, que é um dever do estado”, comenta.
Passaram 43 anos desde o primeiro LP de Djavan, lançado em 1976. Até chegar ao 24º álbum, e hipoteticamente ao mesmo número de shows, ele testemunhou todos os avanços tecnológicos pela qual passou a montagem de um show. Da voz e violão com que se apresentou no Projeto Pixinguinha, em 1978, quando pela primeira vez circulou pelo país, até empregar uma carreta para montar o palco do atual turnê foram muitos avanços: “Embora tudo soa natural para a plateia, tudo ali está conectado. Há máquinas para mover cenário, e pessoas treinadas para manusear estes equipamento. Show é show. Mesmo num momento de voz e violão o equipamento é empregada também novas tecnologias”
No caso de turnês no exterior, e impossível viajar com todo o aparato utilizado no Brasil, e Djavan é do artistas brasileiros sempre requisitados para o movimento circuito de festivais e shows do verão europeu: “Levar tudo é impraticável. Levamos no avião instrumentos, cenários luz e som. O restante fazemos uma lista pedimos que seja providenciada pelo contratante”, explica.
REPERTÓRIO
Djavan apresenta Vesúvio com uma banda mesclada de veteranos e músicos jovens. Estre os primeiros, o guitarrista João Castilho e os pianistas Paulo Calasans e Renato Fonseca. Entre os segundos o baixista Arthur de Palla e o baterista Felipe Alves. O show é dirigido pelo cantor o próprio compositor quem assina a direção do espetáculo. O cenário é de Suzane Queiroz, o projeto de luz de Binho Schaefer, enquanto o figurino é de Roberta Stamato.
Num repertório com 25 canções, incluindo o bis, Djavan cantará meia dúzia do álbum Vesúvio, Solitude, que foi o primeiro single do disco, a faixa que lhe dá o nome: “Claro que tem que ter os clássicos, ou músicas que eu não cantava no palco há vinte anos, feito Esquinas. Fizemos uma enquanto para o público opinar sobre o repertório, e muita gente queria Flor do Medo, um lado B, no Show. O show tem uma dinâmica entre o palco e a plateia. O pessoal não quer só escutar as músicas conhecidas. O público é observador e exigente, e que ver novidade. Me surpreendo que, entre as novas, Orquídea seja a preferida, inclusive com o pessoal cantando junto, uma música em que cito nomes científico das orquídeas em latim”. na letra da citada Orquídea ele cita algumas variantes do seu orquidário com nomes nada fáceis de se decorar: Phalaenopsis, Sophronitis, Pleurothallis, Paphiopedilum, Cyrtopodium e Sarcoglottis”
Show da turnê Vesúvio, com Djavan e banda, neste sábado, às 21, no Classic Hall (Avenida Agamenon Magalhães s/n). Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (Arena), R$ 180 e R$ 90 (frontstage), R$ 800 (Mesa VIP, 4 lugares), R$ 1000 (Mesa Premium, 4 lugares), R$ 1000 (camarote para 10 pessoas no 3° piso), R$ 1200 (camarote para 10 pessoas no 2º piso), R$ 16000 (camarote para 10 pessoas no 1º piso). Fone: