Decisão

Carolinie Figueiredo, ex-'Malhação', anuncia fim da carreira de atriz

A artista quer se dedicar por inteiro à sua maternidade

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Publicado em 15/12/2017 às 19:46
Foto: Blenda Gomes/TV Globo
A artista quer se dedicar por inteiro à sua maternidade - FOTO: Foto: Blenda Gomes/TV Globo
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A atriz Carolinie Figueiredo revelou em seu Instagram na última quinta-feira (14), que desistirá da sua carreira cênica. Ela fez o anúncio após dizer que também já se habituou à morte da ideia de "maternidade" e da "família perfeita". "Agora estou começando a abraçar mais uma morte importante: a morte da atriz", escreveu.

Figueiredo ficou muito marcada por seu papel de Domingas, personagem de Malhação entre 2007 e 2010, e de novo em 2013, e estava sem trabalhar na televisão desde a novela Sangue Bom, também de 2013. No texto, ela pontua que, desde o nascimento do segundo filho, não é por meio da profissão de atriz que consegue financiar sua vida. "(...) Mas ainda é como eu me apresento porque isso ainda me traz status, pertencimento e reconhecimento", afirmou.

"Deixar essa morte acontecer não significa que não vá mais atuar, porque o ser artista / criativa / criadora vai estar em mim pra sempre. Mas a idealização de carreira, a associação de sucesso e abundância financeira ligado a minha carreira de atriz, isso precisa morrer", afirmou ela, também dizendo que, talvez, nunca deixe de ser ou se rotular como atriz.

Carolinie também discorreu sobre sua ideia frustrada de maternidade e família. "Comecei deixando morrer a idealização da maternidade quando assumi ser mãe aos 21 e logo novamente aos 23 Foi doloroso ver que na realidade o cuidar e o maternar era bem diferente daquilo que imaginava. Depois passei por um longo processo de aceitar a morte da idealização da 'família perfeita'", escreveu ela.

Na postagem, ela diz também que a separação foi dolorosa para todos que sabiam que a relação dela com o marido estava ruim e que seria mais coerente pra todos que "papai e mamãe tivessem duas casas mas que continuariam amando muito vocês".

VEJA O POST DE CAROLINIE FIGUEIREDO:

Essa foto tem mais de sete anos. Antes dos filhos, antes de tudo virar de cabeça pra baixo. Um processo doloroso onde precisei ver morrer o meu eu idealizado. Comecei deixando morrer a idealização da maternidade quando assumi ser mãe aos 21 e logo novamente aos 23. Foi doloroso ver que na realidade o cuidar e o Maternar era bem diferente daquilo que imaginava. Depois passei por um longo processo de aceitar a morte da idealização da "família perfeita". Separei quando o pequeno tinha menos de um ano e foi bem doloroso pra todo mundo perceber que aquela relação estava desgastada e que seria mais coerente pra todos que "papai e mamãe tivessem duas casas mas que continuariam amando muito vocês". Mesmo sabendo que o casal não funcionava mais, ver desmoronar o projeto de família, aquilo que desde pequena escuto sendo como ideal, é um processo gigantesco que só quem passou sabe como é. Agora estou começando a abraçar mais uma morte importante: a morte da atriz. Talvez eu nunca deixe de ser atriz, talvez seja o rótulo / ocupação mais antigo que tenho. Acontece que desde que meu segundo filho nasceu, ser atriz não é mais minha ocupação principal, não é mais como eu pago minhas contas mas ainda é como eu me apresento porque isso ainda me trás status, pertencimento e reconhecimento (e digo de mim mesma). Deixar essa morte acontecer não significa que não vá mais atuar, porque o ser artista / criativa / criadora vai estar em mim pra sempre. Mas a idealização de carreira, a associação de sucesso e abundância financeiro ligado a minha carreira de atriz, isso precisa morrer. Porque hoje sou terapeuta (minha mão ainda treme ao escrever). Porque sou educadora parental. E mesmo fazendo um trabalho lindo que impactou e transformou tantas famílias, mulheres e pessoas, algo em mim colocava minhas ocupações em segundo plano porque a atriz-ego-gigante, a atriz-que-espera-a-novela-das-oito ocupava todos os espaços. Essa precisa morrer e junto com ela tudo que ainda me impede de assumir quem sou. Morrer pra algo novo renascer. E abraçar e acolher essa que agora sou. Essa que é a construção de tudo que também não me aconteceu. E em você: o que precisa morrer? #Luaminguante

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