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Game é dever de casa de programador

Para o professor Isidro Macedo, que estará no Palco Júpiter nesta sexta, programação é a base de qualquer aventura computacional

Renato Mota
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Renato Mota
Publicado em 22/07/2015 às 10:00
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Para o professor Isidro Macedo, que estará no Palco Júpiter nesta sexta, programação é a base de qualquer aventura computacional - FOTO: Foto: Divulgação
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"Muita gente está se formando em Ciências da Computação sem saber como programar”, sentencia – logo de cara – o professor Isidro Macedo. Na opinião dele, todo estudante de computação deveria fazer um game, pelo menos uma vez, independente da área que deseja seguir. “Boa parte dos formandos parte para trabalhar como analista, ou em banco de dados e infraestrutura de redes, e esquece que programar está na base de tudo”, avalia. 

Para provar seu ponto, o doutor em Engenharia da Computação, Mestre em Ciência da Computação e pesquisador nas áreas de mobile, games e programação na educação desenvolveu um jogo eletrônico do zero. “Linguagem de programação não é algo fácil, de fato. Mas se você conhece seus fundamentos, poderá exercer qualquer função em TI de forma mais eficaz”, completa.

O resultado dessa experiência o professor apresentará na palestra "Os cinco maiores erros do desenvolvedor de Games e como eu cometi todos!", no Palco Júpiter, às 14h da próxima sexta-feira, segundo dia da Campus Party Recife. O objetivo de Isidro é incentivar mais pessoas a aprender o básico da linguagem de programação, antes de se aventurarem pelo mundo da informática.

“Comecei a programar ainda na 5ª série do Ensino Fundamental, utilizando Basic. De lá para cá encaminhei minha carreira e meus estudos nesse sentido. Ficava maravilhado ao digitar os códigos e ver ‘hello world’ aparecer na tela”, lembra o professor. É essa empolgação que ele tenta passar para seus alunos e para quem comparece às suas palestras. “Gosto muito de mostrar para o público como as coisas acontecem. Busco passar a paixão e o prazer da realização. A possibilidade de se criar coisas do zero, como evitar, enfrentar e diagnosticar erros, além de não deixar um pequeno erro inviabilizar um sonho”, afirma.

Para poder falar com conhecimento de causa, Isidro colocou sobre si um desafio: desenvolver o tipo de software mais complicado que existe no mercado, um game. “Os programadores de jogos hoje contam com um ‘atalho’, que são as engines de games. Coisas que a gente aprende no colégio e na faculdade e acha que nunca mais vai usar, como cálculo, trigonometria, física de partículas, mecânica, seno, co-seno... Estão todas aplicadas lá, para que o programador não precise fazer todo o trabalho novamente”, explica o professor. Por isso, trabalhar num jogo eletrônico tornou-se o laboratório ideal. “Quem faz um game, faz qualquer software”, completa.

Então entre dezembro do ano passado e janeiro desse ano, Isidro criou o Infiny – The Game, com a ajuda de dois colegas que acabaram deixando o projeto no meio do caminho. “É o primeiro dos ‘erros’ que falo na palestra: não dá para fazer tudo sozinho. Se você não sabe desenhar, chame um amigo designer ou contrate um profissional”, conta. No jogo, alienígenas invadem a terra e a heroína, Agatha, deve combatê-los em cenários familiares, como a Avenida Paulista e os bairros da Liberdade, Ibirapuera e o Aeroporto de Congonhas. “É um jogo de tiro, simples. Mas foi todo programado sem nenhuma engine”, conta Isidro.

O que nos leva a outro “erro” apontado pelo professor: utilizar uma linguagem de programação que não é usual aos desenvolvedores de jogos. No caso, Java. “É mais comum o uso de C++, compatível com a maior parte dos sistemas operacionais disponíveis no mercado. Mas eu adoro Java e quis usar. Recebi todo o apoio da comunidade e, como registrei cada passo do desenvolvimento do game, adquiri conhecimento que será aproveitado por todos”, afirma Isidro, que também trabalhará em alguns dos workshops promovidos na Campus Party Recife.


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