TÉCNICA

Questões discursivas e redação nos concursos exigem atenção especial dos candidatos

Prova requer capacidade de escrever no papel exatamente aquilo que está sendo solicitado e a técnica de fazer isso da forma mais coerente possível

Rossini Gomes
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Rossini Gomes
Publicado em 21/07/2014 às 11:00
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Prova requer capacidade de escrever no papel exatamente aquilo que está sendo solicitado e a técnica de fazer isso da forma mais coerente possível - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O espaço está lá, com as linhas em branco, e a missão do candidato é escrever. Diferente das proposições assertivas (o tradicional marcar “x”), as questões discursivas e a prova de redação exigem dos concurseiros a capacidade de escrever no papel exatamente aquilo que está sendo solicitado e a técnica de fazer isso da forma mais coerente possível. Cobranças típicas nos mais variados concursos públicos das esferas municipal, estadual e federal, ambas têm perfis específicos e requerem atenção especial do candidato.

“Qualquer concurso pode ter questões discursivas, não tem uma regra para isso. Agora, é mais comum haver em seleções de nível médio”, diz a especialista em concurso público e proprietária da S.O.S. Concurseiro, Letícia Nobre. Ela conta que há cargos que exigem etapas específicas de questões do gênero. “É o caso de seleções para diplomatas, juízes e procuradores. São provas discursivas densas, com questões com grande quantidade de linhas e próprias do judiciário”, conta Letícia, lembrando que “tem gente que foge de provas com questões discursivas por medo.”

É o caso da assistente social Millena Fontes, 29 anos. Aluna do Espaço Heber Vieira, curso preparatório no Recife, ela está estudando para os concursos da Câmara Municipal do Recife, do INSS e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) da Paraíba. “Nenhum exige questão discursiva ou redação, por isso estou fazendo”, revela. “Eu fico travada com a redação, dá uma ansiedade, porque a gente só fica sabendo do tema na hora e por causa do tempo. No caso das discursivas também. São questões diferentes das outras, dá uma angústia para saber se a resposta está sendo feita corretamente”, conta.

O último concurso feito por Millena que exigiu questão subjetiva foi o da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe). “Fiz a redação e foi péssima. É uma parte da prova que tenho bastante dificuldade”, lembra, acrescentando que não estava preparada por ter focado os estudos no concurso da Ebserh.

Para evitar o bloqueio enfrentado por Millena e se preparar bem, o professor de língua portuguesa Agnaldo Martino, da Rede LFG, dá dicas aos conscurseiros que irão enfrentar esse tipo de questão. Ele destaca como principais vilões dos candidatos a falta de leitura e de treino. “A pessoa que costuma ler jornais, revistas ou mesmo obras literárias terá mais facilidade e segurança na hora de escrever o texto. E também é preciso praticar. O ideal é escrever pelo menos uma redação por semana. Tem candidatos que, infelizmente, só deixam para fazer a redação na hora da prova, e isso é um erro”, assegura Martino.

Segundo o professor, os erros mais cometidos pelos candidatos ao redigirem o texto são acentuação, regência e concordância. Ele lembra que, na correção, cada falha tem o mesmo peso, seja o erro simples ou grosseiro.

DISCURSIVAS - Diferentemente da redação, cujo tema é sabido apenas na hora do exame, as questões discursivas sempre trazem uma temática solicitada no edital, assegura o professor. “Por exemplo, no concurso para o cargo de analista do INSS, a questão vai ser ligada ao conteúdo programático referente àquele cargo. Algo muito conhecido como estudo de caso”, diz. “Por causa dessa relação, o candidato deve ter em mente que ao estudar para a prova objetiva, também está se preparando para as questões discursivas. Por isso, é bom fazer anotações, isso ajuda a reter a informação e a resolver as discursivas”, completa.

Quanto à resposta, o professor aconselha escrevê-la em um único parágrafo. “Como se fosse um minitexto dissertativo, apresentando, desenvolvendo e concluindo a resposta em um único trecho.”

Leia mais na edição desta segunda-feira (21) do Jornal do Commercio.

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