O currículo é a primeira forma de contato entre o recrutador e o futuro empregado. Criativo ou tradicional, esse documento é o principal cartão de visitas na conquista de um emprego e a forma como ele é elaborado separa os melhores candidatos dos que serão excluídos de qualquer seleção. Afinal, você pode ser um excelente profissional, ideal para a vaga, mas se não conseguir passar isso nesse primeiro momento, será superado por quem o fizer. No entanto, seja na hora de atualizar ou elaborar o currículo, diversas dúvidas costumam surgir. Tendo em vista que não há uma segunda chance caso o documento não agrade, a principal dica dos especialistas para quem está procurando um emprego é não mentir e ser claro e objetivo.
“Elabore o documento com tranquilidade e sem pressa, usando frases curtas, que possibilitam leitura mais fácil e não utilize a primeira pessoa. É importante que o currículo contenha apenas informações positivas e que os aspectos marcantes apareçam no início e os menos relevantes, no fim. Principalmente, insira apenas informações verdadeiras”, orienta a gerente de Transição de Carreiras da Thomas Case & Associados, Melina Graf. Para tanto, o currículo deve ter, no máximo, duas páginas. Além disso, usar o português corretamente também é imprescindível. Os recrutadores geralmente descartam currículos com erros ortográficos grosseiros. Para não correr esse risco, nunca utilize gírias, revise atentamente cada frase ou utilize programas de correção que possam avaliar se o texto está correto. Documentos mal formatados e com muitos erros de digitação também não são bem vistos.
“Listar competências comportamentais como comprometimento, responsabilidade e foco em resultados é dispensável, pois essas características serão avaliadas no momento da entrevista. Folhas e fontes coloridas ou fora do padrão também não devem ser utilizadas”, destaca Graf. Quanto à remuneração, é melhor não se precipitar. O ideal é que a mesma não seja especificada já no currículo, mas sim numa fase mais avançada do processo de seleção, na qual já seja possível negociar. Cartas de apresentação também são desnecessárias.
Muitos profissionais que estão em busca do primeiro emprego esbarram na falta de experiência na hora de elaborar o currículo. Para contornar a inexperiência, a dica é explorar os conhecimentos em informática, idiomas, cursos profissionalizantes ou extracurriculares, ressaltando características e habilidades relacionadas à vaga pretendida. Exercite o autoconhecimento e analise quais das suas habilidades podem ser úteis para o cargo em questão. “Na parte do resumo de qualificações, aqueles que não possuem experiências anteriores ou contam apenas com um ou dois empregos anteriores, devem elaborar o currículo com apenas uma página, sendo dispensável a síntese das qualificações”, comenta a consultora Melina Graf.
Nesse caso, os chamados “bicos” também são válidos. Trabalhos temporários, em empresas familiares, na organização de pequenos eventos e, especialmente, voluntariado enriquecem muito o currículo de quem está começando. Atividades como intercâmbios, projetos de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso (TCC) e atuação em empresas juniores demonstram que o candidato tem interesse em aprender e gosta de participar de diferentes projetos. De certo, essas atividades trouxeram aprendizados para o candidato, e o recrutador saberá enxergar esse ponto.