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Uso do WhatsApp no ambiente corporativo exige cuidados

Aplicativo precisa ser usado com bom senso tanto por empregados quanto por empregadores

Do JC Online
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Publicado em 24/08/2015 às 15:07
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A rapidez e praticidade na comunicação proporcionadas pelo uso do WhatsApp fizeram com que o aplicativo se transformasse também em um instrumento de trabalho. Cada vez mais empresas utilizam o aplicativo para conectar funcionários. No entanto, o uso da ferramenta para fins corporativos requer bom senso e uma série de cuidados tanto por parte dos empregados, quanto por parte dos empregadores.

Se mesmo após o fim da jornada regular de trabalho, o funcionário continua sendo solicitado pela empresa na qual trabalha, talvez essas chamadas possam ser caracterizadas como hora extra. Esse é um benefício assegurado pelo 6° artigo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com a medida, o profissional pode receber hora extra em qualquer situação que lhe seja exigido o desempenho da atividade laboral fora da carga-horária regular de serviço. Nesses casos, cada hora extra trabalhada deve ser calculada com acréscimo de 50% sobre a hora normal de trabalho. Em casos de sobreaviso, o cálculo deve ser de 30% da hora normal de trabalho.

“Se ficar comprovado que o chefe fez um pedido fora do horário ao funcionário e isso gerou um efetivo trabalho, fora do horário, existe o risco de que sejam caracterizadas horas-extras. Atualmente, a Justiça do Trabalho considera que existem várias maneiras de se controlar o horário de trabalho e as tarefas dos empregados, inclusive remotamente”, explica o advogado Walter Neukranz.

No entanto, isso não significa que as empresas estão proibidas de utilizar o WhatsApp para tratar de assuntos relacionados ao trabalho. Segundo os advogados, é recomendável que essa forma de comunicação seja previamente acordada entre as partes.

A advogada Bianca Dias explica que o chefe pode solicitar tarefas ao empregado, via WhatsApp, fora do seu horário de trabalho se o aplicativo for um dos meios de comunicação oficial da empresa. “Vale ressaltar que o chefe deve estar ciente que esse troca de mensagens configura a continuação do trabalho do funcionário, estando, assim, sujeito à competente remuneração através do pagamento de horas extras”, explica.

Segundo o advogado Walter Neukranz, é permitido que os empregadores exijam que os empregados desliguem os celulares enquanto estiverem no ambiente de trabalho. Muitas delas vetam o uso de meios como esse para que o funcionário não deixe de exercer suas funções para navegar em sites que não fazem parte de suas atribuições.

“Várias empresas têm modificado os regulamentos internos para proibir o uso de celular no ambiente de trabalho, o que é permitido. Porém, para isso, elas devem disponibilizar aos funcionários uma forma de receber recados de emergência, que pode ser um número específico de telefone convencional ou celular, para que possam se comunicar nos casos de emergência”, afirma.

A IMAGEM DAS MÍDIAS SOCIAIS NO TRABALHO

FOCO NA PRODUTIVIDADE

O Whatsapp invadiu o ambiente de trabalho e basta reunir os contatos dos colaboradores da empresa em um só grupo para fazer do aplicativo uma valiosa ferramenta de troca de informações. Mas, para não passar dos limites, nem comprometer a produtividade durante o expediente, é preciso saber utilizar a ferramenta com bom senso e de maneira profissional. 

A professora da Faculdade Guararapes (FG) e doutora em comportamento organizacional Sônia Calado ratifica que o Whatsapp se transformou em um facilitador entre os funcionários de uma equipe, pois permite a troca de informações que vão desde atrasos a dúvidas sobre alguma atividade. 

“O Whatsapp e, em alguns casos, até o Facebook, são sim instrumentos de trabalho hoje em dia. Mas quem utiliza precisa saber que esses meios são espaços públicos, o que exige cuidado com que é dito e exposto”, afirma. 

A professora explica ainda que, de fato, o uso desses aplicativos pode comprometer a produtividade e o trabalho de quem utiliza. Inclusive, o uso exacerbado dessas redes pode indicar até desmotivação profissional. Para não se privar do uso dessas redes, tão comum atualmente, o profissional precisa aprender a controlar o tempo gasto com as redes sociais e a atenção dispensada a elas. 

“Se você continua fazendo seu trabalho e não deixa de executar suas atividades, não há razão para que haja proibições quanto ao uso. O que não pode ocorrer é um atendente que esquece os clientes para responder mensagens no Facebook, por exemplo”, explica.

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