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Palavras de autoelogio no LinkedIn não ajudam profissionais

Termos usados por brasileiros na rede não são adequadas. Falar de experiências é o recomendado

Yasmin Freitas
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Yasmin Freitas
Publicado em 23/01/2016 às 9:17
Foto: André Nery/ JC Imagem
As informações dos usuários foram oferecidas por meio de quatro arquivos. - FOTO: Foto: André Nery/ JC Imagem
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Responsável, estratégico, criativo, apaixonado, motivado, liderança, sólida experiência, planejamento estratégico, experiência internacional, extensa experiência. Estas dez expressões foram as mais usadas pelos brasileiros no LinkedIn em 2015. E são todas inadequadas, segundo especialistas em mercado de trabalho. A rede social, utilizada para construção de relacionamentos de trabalho e contratações, tem no Brasil seu terceiro maior público mundial, com 23 milhões de conectados através do site.

Em tempos de crise, é preciso ficar de olho na forma como se busca um emprego. Com fechamento de 1,54 milhão de vagas formais de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), profissionais devem escolher as informações certas para postar nas redes sociais e atrair recrutadores.

“Em sua maioria as palavras usadas são autoelogios, termos sem significado concreto que nada revelam sobre a bagagem profissional de alguém”, aponta a professora da Faculdades dos Guararapes (FG) e especialista em comportamento organizacional Sônia Calado.

Para causar boa impressão, o candidato precisa, primeiramente, ser verdadeiro. “Se ele mentir, deve saber que todas as informações podem ser checadas”, avalia Sônia.

Fugir das palavras vazias também é menos difícil do que parece. Quem deseja, por exemplo, ressaltar que se importa com aspectos sociais, pode relatar uma experiência que reflita a preocupação. “É hora de falar sobre um trabalho voluntário realizado em uma ONG, por exemplo”, ensina. Ainda de de acordo com a professora, outra postura adequada é hierarquizar a importância das experiências adquiridas durante a carreira.

“As pessoas precisam se perguntar que tipo de profissionais querem ser e apresentar as vantagens que tem de acordo com as empresas que desejam atingir”, ensina. E nada de falar apenas dos cargos que ocupou sem demonstrar resultados. Comprovar em números que seu projeto foi agregador para uma empresa soma pontos com o recrutador.

Diretora de Recursos Humanos da Construtora Conic, Florence Olsen tem no LinkedIn uma de suas ferramentas de busca de novos profissionais. “Procuramos pessoas que se encaixem no perfil da empresa e que já tenham passado por outras firmas renomadas, porque isso nos dá a segurança de ter um profissional treinado”, afirma. 

Se você ainda duvida que um perfil caprichado no LinkedIn pode render um emprego dos sonhos, a analista financeira Ana Maria Lucena conseguiu entrar na multinacional BRF Foods, detentora de marcas como sadia e perdigão, através do site. “Na época, já estava empregada, mas fui contatada pela empresa por causa do perfil, que eles acreditaram ser compatível com os valores da empresa”, revela. 

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