Com quantos milionários se faz um sistema financeiro? Na Europa, são pouco mais de 3,5 mil. Isso é o que revela uma pesquisa feita pela Autoridade Bancária Europeia. Em 2012, exatos 3.530 executivos de bancos, fundos e corretoras receberam mais de 1 milhão (cerca de R$ 3,2 milhões) ou o equivalente em moeda local no acumulado do ano. Bancos de investimento lideram o pagamento dos altos salários especialmente aos que ocupam vagas no conselho executivo e nas áreas de gestão de riscos, auditoria e tecnologia da informação.
Principal praça financeira na Europa, o Reino Unido liderou com folga o ranking com 2.714 pessoas com rendimento anual acima de 1 milhão. Em seguida, aparecem Alemanha (212 executivos), França (177), Itália (109) e Espanha (100). “A maioria dos altos salários foi encontrada em funções com responsabilidade ampla, como no conselho executivo, gestão de riscos, auditoria, tecnologia da informação, comunicação, finanças corporativas, jurídico e recursos humanos”, diz o estudo divulgado em Londres.
A entidade calcula a remuneração anual com base no salário somado aos bônus, contribuição da empresa em fundos de pensão e prêmios de longo prazo, entre outros benefícios. A coleta e a divulgação desses dados são previstas pela União Europeia. “O relatório faz parte das políticas para assegurar a tomada de risco prudente e sustentável do setor bancário”, diz a Autoridade Bancária.
No Reino Unido, cada um dos quase 3 mil executivos embolsou, na média, o equivalente a 1,95 milhão - cerca de R$ 6,2 milhões por ano ou R$ 500 mil mensais. Boa parte desses salários tem relação com o cumprimento de metas pessoais, do departamento ou da instituição. Entre os ingleses, 79% dos salários milionários vieram de remuneração variável.
Ainda na Inglaterra, a maioria dos altos salários é paga pelos bancos de investimento, local de trabalho de 2.188 executivos listados na pesquisa. Ou seja, 80% dos que têm remuneração milionária estão nessas instituições. Entre as demais instituições financeiras, fundos de investimento têm 7,3% das pessoas e bancos de varejo pagam 2,3% dos salários mais altos. O restante está em outras entidades, como corretoras.