O preço do petróleo cobrado pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) recuou no ano passado pela primeira vez desde 2010, de acordo com o grupo.
A elevação da produção de petróleo nos EUA, como resultado da exploração de xisto no país, e um fraco crescimento da demanda mundial ajudaram a conter os preços da commodity em 2013, apesar de crises políticas em vários países da Oriente Médio e do norte da África. Os problemas geopolíticos haviam ameaçado a estável oferta de petróleo.
O valor de referência de petróleo da Opep recuou 3% no ano passado, em comparação com 2012, quando subiu para um recorde de US$ 109,45 por barril, afirmou a organização em seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo. A queda deu fim a uma série de três anos seguidos de altas, contudo ficou em linha com movimentações mais amplas do mercado.
Em 2014, o grupo pode enfrentar uma pressão de preços ainda maior tendo em vista que a o crescimento da demanda deve permanecer fraco e aumentos na oferta em outros lugares podem afetar o apetite por barris vindos da Opep.
A organização estimou que a demanda por seu petróleo recuou em 500 mil barris por dia no ano passado para 29,9 milhões de barris por dia. O grupo espera que a demanda recue ainda 400 mil barris por dia em 2014.
A situação levanta uma questão difícil para Opep: se o grupo deve reduzir sua produção para manter os preços. A perspectiva de um aumento significativo na oferta poderia fazer essa questão ganhar força no ano.
A turbulência política na Líbia levou a uma queda nas exportações de petróleo do país no final do ano passado, mas alguns terminais de exportação foram reabertos em janeiro. O Iraque também espera alcançar um ganho em exportações de petróleo em 2014. Além disso, uma melhora nas relações entre o Irã e as potências ocidentais pode fazer com que barris iranianos voltem ao mercado já no segundo semestre do ano.