A Comissão Europeia reduziu hoje suas projeções de crescimento para a zona do euro, citando as tensões na Ucrânia e no Oriente Médio e a escassez de investimentos.
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A entidade, que é o braço executivo da União Europeia, prevê que a inflação na zona do euro, formada por 18 países, permanecerá abaixo da meta oficial do Banco Central Europeu (BCE) - que é de taxa ligeiramente inferior a 2,0% - até pelo menos 2016. Isso provavelmente vai alimentar expectativas de que o BCE adote medidas de estímulos ainda mais agressivas, como um programa de relaxamento quantitativo, que envolveria compras em larga escala de bônus soberanos. O BCE se reúne para revisar sua política monetária na quinta-feira (6).
A comissão agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro crescerá 0,8% este ano, ante previsão anterior de alta de 1,2%. Para 2015, a previsão é de expansão de 1,1%, também menor que o aumento de 1,7% estimado anteriormente. Em 2016, o crescimento no bloco deverá acelerar para 1,7%, segundo o órgão europeu.
As projeções da zona do euro foram influenciadas pelo crescimento mais fraco que o esperado em grandes países da área, como Alemanha, França e Itália.
O cenário é aparentemente um pouco melhor para a UE, que inclui a zona do euro e outros dez países. A projeção é que o PIB da UE crescerá 1,3% em 2014, menos do que o acréscimo de 1,6% estimado antes. Em 2015, espera-se que o PIB da região suba 1,5%, ante projeção anterior de +2,0%. Para 2016, a previsão é de crescimento mais forte, de 2,0%.
"A situação econômica e do emprego não está melhorando suficientemente rápido", comentou Jyrki Katainen, vice-presidente para empregos e crescimento da entidade. "A Comissão Europeia está comprometida a usar todas as ferramentas necessárias para criar mais empregos e impulsionar o crescimento na Europa."
Em relação à inflação, a comissão prevê que os preços ao consumidor da zona do euro deverão subir 0,5% este ano, 0,8% em 2015 e 1,5% em 2016. Anteriormente, as projeções de inflação para o bloco eram de 0,8% e 1,2% em 2014 e 2015, respectivamente.
O crescimento fraco e a inflação baixa pioram as chances de a zona do euro se recuperar de sua crise da dívida, dificultando a situação de países muito endividados, como Grécia, Itália e Espanha, entre outros.
As projeções de hoje também formam a base para a avaliação da comissão sobre os orçamentos nacionais de 2015. Embora a previsão de expansão menor signifique que alguns países poderão ganhar tempo adicional para reduzir seus déficits fiscais para menos de 3%, como exigido pela lei europeia, ela também deverá levar a exigências de novas medidas de austeridade em algumas partes da região, como França e Itália. Segundo as previsões, tanto Paris quanto Roma não vão conseguir reduzir seus déficits tanto quanto se esperava, mesmo desconsiderando-se os efeitos da economia fraca.