Desaceleração econômica

Ações da Petrobras renovam menor valor desde 2005; dólar vai a R$ 2,61

No Brasil, o principal índice da Bolsa cedeu mais de 3%

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Publicado em 08/12/2014 às 19:03
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No Brasil, o principal índice da Bolsa cedeu mais de 3% - FOTO: Carlos Severo/ Fotos Públicas
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Sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo derrubaram os preços das commodities nesta segunda-feira (5) e afetaram as ações das produtoras globais de matérias-primas. No Brasil, o principal índice da Bolsa cedeu mais de 3%, puxado por ações de Petrobras, Vale e bancos.

O Ibovespa teve desvalorização de 3,31%, para 50.274 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,124 bilhões -bem abaixo da média diária de 2014, de R$ 7,215 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. Em dezembro, a média diária é de R$ 5,737 bilhões. Com este desempenho, o índice aprofundou a desvalorização acumulada em 2014 a 2,39%. No mês a queda chega a 8,13%.

No câmbio, a moeda americana ganhou força sobre as principais moedas também refletindo os dados adversos na Ásia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,88% sobre o real, cotado em R$ 2,613 na venda -maior preço desde 18 de abril de 2005, quando valia R$ 2,619. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,65%, para R$ 2,611.

"Além das outras commodities, o petróleo caiu muito [mais de 4%], adicionando mais um fator de preocupação para investidores de Petrobras, que já estão atentos aos escândalos de corrupção na companhia e ao balanço não auditado que está previsto para esta semana", diz James Gulbrandsen, da gestora NCH Capital no Brasil.

O barril de petróleo negociado em Nova York (WTI) caiu para a casa dos US$ 63 nesta segunda (8), enquanto o Brent, negociado em Londres, foi para a casa de US$ 66 por barril. "A Petrobras tem um custo de exploração de US$ 55 por barril. Quando o preço [do petróleo] se aproxima disso, limita a margem de ganho da empresa", acrescenta Gulbrandsen.

As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras perderam 6,12% -maior tombo diário desde 29 de outubro, quando cedeu 6,72%- para R$ 11,51 cada uma. É o menor valor desde 28 de abril de 2005, quando os papéis valiam R$ 11,49.

Já as ações ordinárias da petroleira, com direito a voto, tiveram perda de 6,11%, para R$ 10,75 cada uma -menor valor desde 3 de agosto de 2004, quando valiam R$ 10,66 cada uma (os valores históricos já estão ajustados pela capitalização feita pela empresa em 2010).

Na China, as exportações subiram 4,7% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto as importações caíram 6,7%, maior baixa desde março. Os números deixaram o país com superavit comercial recorde de US$ 54,5 bilhões. Economistas consultados pela "Reuters" esperavam alta de 8,2% nas exportações, avanço de 3,9% nas importações e superavit comercial de US$ 43,5 bilhões.

Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Vale tiveram desvalorização de 3,42%, para R$ 18,06 cada um. A China é o principal destino do minério de ferro produzido pela companhia brasileira. O setor siderúrgico também mostrou baixa: CSN caiu 5,24%, Gerdau recuou 4,39% e a ação preferencial da Usiminas cedeu 3,91%.

Segundo analistas, investidores também aproveitaram o clima de aversão ao risco para vender ações do setor financeiro -que tem forte alta no ano- e embolsar lucros. Com isso, os papéis do Itaú Unibanco tiveram desvalorização de 3,73%, enquanto o Banco do Brasil caiu 5,21% e o Santander Brasil registrou perda de 2,87%. Já a ação preferencial do Bradesco recuou 5,02%. Os bancos são o segmento com maior peso dentro do Ibovespa.


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