A partir desta segunda-feira (20) os gregos já encontram preços mais altos nas prateleiras dos supermercados, fruto do aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (VAT, na sigla em inglês) de 13% para 23%.
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Produtos como carne, azeite de oliva, vinagre, sal, papel higiênico, entre outros itens, ficaram mais caros. A alta no imposto também afetará restaurantes e cafés, funerárias, serviços de táxi e alguns serviços educacionais. O preço do transporte público deve subir no mês que vem.
O taxista Yannis Gregorius estava revoltado. “Os bancos sobreviverão de um jeito ou de outro. Mas o que vai acontecer com o povo? Comigo, com você, com nossas crianças? Eu não vejo luz no fim do túnel”, afirmou.
O aumento no VAT está entre as medidas de austeridade aceitas pela Grécia em troca de um programa de ajuda dos credores internacionais no valor de 86 bilhões de euros em três anos.
Os bancos gregos, fechados desde o dia 28 de junho, reabriram hoje (20), gerando uma corrida às agências. Mas o controle de capital continua. O limite de saque passou de 60 euros por dia para 420 euros por semana. Também não estão autorizados, por enquanto, os saques de cheques e a transferência de dinheiro para outros países.
A Bolsa de Valores de Atenas permanece fechada e não há previsão de abertura enquanto durar o controle de capital no país. O aposentado Dimitris Georgizas, que foi cedo para a fila do banco, disse que entende que a situação é muito difícil, mas espera “que as coisas voltem ao normal o mais breve possível."
A aprovação das primeiras medidas de austeridade pelo Parlamento grego na última quinta-feira (16) abriu caminho para que a Comissão Europeia confirmasse um empréstimo ponte no valor de 7 bilhões de euros, para que a Grécia possa fazer o pagamento de dívidas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Central Europeu.
O acordo com os credores internacionais gerou reação entre membros do Syriza, partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras, que venceu as últimas eleições em janeiro pregando o fim da austeridade. Vários parlamentares da base do governo votaram contra o as medidas, que foram aprovadas por maioria no Parlamento, com o apoio de 229 dos 300 parlamentares.
A reação do Syriza resultou em mudanças no governo. Nove membros do alto escalão foram substituídos, entre eles o Ministro de Energia, Panagiotis Lafazanis, líder do grupo militante de esquerda do partido. Mas com a dissidência na base governista e a oposição liderando o suporte ao acordo, a maioria necessária para que Tsipras continue no poder está enfraquecida e novas eleições podem ser convocadas até agosto.