O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, defendeu nesta quarta-feira (29) o princípio de acordo alcançado com os credores para um terceiro resgate, alegando que abre a possibilidade de obter um empréstimo muito maior em troca dos mesmos esforços.
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Em entrevista a uma emissora de rádio, Tsipras assegurou que no início das negociações os credores só estavam dispostos a conceder os fundos do segundo resgate, que estavam pendentes, e, sobretudo "os países do norte", "não queriam dar um único euro" aos gregos "preguiçosos."
"A tese no Eurogrupo era que a Grécia devia cumprir o programa anterior, de Antonis Samaras", com uma série de compromissos, que são "exatamente os mesmos" de agora, só com a diferença que o dinheiro disponível era de cerca de 12 milhões de euros para um total de cinco meses, afirmou Tsipras.
"Agora passamos para 86 milhões de euros para três anos", disse, adiantando que o terceiro resgate, caso seja assinado, prevê que uma vez concluída a primeira avaliação do programa, em novembro, se fale do corte da dívida, questão que o governo de esquerda radical converteu como um dos seus principais cavalos de batalha.
"Se tivesse feito o que me pedia o coração durante aquelas negociações de 17 horas teria ocorrido uma série de acontecimentos que teriam levado à perda de todos os depósitos bancários”, assegurou Tsipras durante a entrevista à rádio.
Segundo ele, primeiro teriam fechado as filiais dos bancos no estrangeiro e depois o Banco Central Europeu teria deixado de aceitar as garantias dos bancos gregos em troca da concessão dos créditos de emergência, o que acabaria por conduzir à falência de todos os bancos e a consequente perda dos depósitos.
Tsipras sublinhou que só podia optar entre "uma ‘vitória de Pirro’ ou um acordo" e disse que não se arrepende "nem um só momento" do que se passou em cinco meses de negociações.