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Alphabet cria nova referência no mercado

Criação da holding para cuidar da Google aponta para novas aquisições e investimento em startups próprias. Modelo deve ser seguido por outros gigantes, como o Facebook

Emídia Felipe
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Emídia Felipe
Publicado em 12/08/2015 às 13:02
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Criação da holding para cuidar da Google aponta para novas aquisições e investimento em startups próprias. Modelo deve ser seguido por outros gigantes, como o Facebook - FOTO: Divulgação
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Criar uma holding para cuidar de empresas de um mesmo “dono” é uma prática já conhecida no mundo corporativo. Mas pela primeira vez uma empresa do porte da Google, com uma forte cultura de startup, faz isso. O que explica porque o anúncio da segunda-feira passada ainda não esfriou – nem vai tão cedo. Muito mais do que uma novidade que movimentou o mundo da tecnologia, esse é um formato que serve de nova referência para empresas de todas as áreas e que, indiretamente, deve mexer com nosso cotidiano. Afinal, a agora Alphabet parece querer ser onipresente onde quer que você vá.

Ex-CEO da Google e agora CEO da Alphabet, Larry Page explicou na segunda-feira passada (10) a nova estrutura da holding, que agora tem a Google como sua principal subsidiária (veja no infográfico abaixo). Por ora, nenhuma mudança aparente para os usuários finais. Porém, ao dar mais força às empresas controladas e deixando seus fundadores (Page e Sergey Brin) livres para cuidar das novidades, a Alphabet promete colocar muita coisa nova pela frente, seja desenvolvendo, seja comprando novas empresas – na Wikipedia, estão listadas 182 aquisições da Google nos últimos anos.



Para o investidor Ben Parr, o X Lab deverá receber mais atenção dos fundadores. “Agora mais fora do dia a dia da gestão, eles podem focar mais em lançar novas empresas na superestrutura”, disse Parr em análise para o site Inc. O colaborador do Núcleo de Gestão do Porto Digital Jacques Barcia destaca que a Alphabet deve ir muito além das próprias criações: “Eles vão ter independência para investir e comprar qualquer tipo de empresa”.
Para quem está no Vale do Silício, as chances de ser adquirida pela Alphabet pipocaram. Para o Brasil, além da expectativa de usuários por novos anúncios de serviços e produtos que os surpreendam, fica o novo modelo validado pela holding: investimento em pesquisa e em startups próprias, que podem virar empresas independentes.

Jacques Barcia lembra que o modelo não é exatamente novidade. Ele faz uma analogia com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), um centro de pesquisas com uma aceleradora de startups que gera empresas inovadoras para o mercado. “Mas claro que a Google, que é um colosso, fazendo isso da forma como fez gera muito impacto”, comenta o especialista.

Para os negócios, a Alphabet trouxe ótimas notícias. Ontem, as ações da holding – que continuam sendo negociadas na Nasdaq como GOOGL e GOOG – fecharam em alta de 4,27%. Artigos em sites como o Mashable apontam ainda que o novo formato aliviará algumas pressões. “A Google tem enfrentado inquéritos de diferentes governos sobre suas práticas comerciais, coleta de dados de hábitos de usuário e políticas de privacidade”, relata o Mashable. Tensões que, segundo o site, podem ser aliviadas com a separação das empresas e simplificação da gestão.

Barcia acrescenta que a mudança foi fundamental para a continuidade da própria Google. “Um negócio ‘puro’ Google, que tem pouco mais de 10 anos, não sobreviveria mais 10 crescendo do jeito que está, que é de uma forma lenta, já que ela domina 90% do seu mercado”, explica. “Ela acabaria sendo engolida por uma concorrência que ainda nem surgiu.” Para ele, a Alphabet abriu um canal alternativo para as gigantes – o próximo a adotar o modelo deve ser o Facebook.

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