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Comércio exterior da China registra nova queda em agosto

As exportações da China calculadas em dólares retrocederam 5,5% (6,1% em iuanes) na comparação com o mês de agosto 2014

Da AFP
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Publicado em 08/09/2015 às 13:30
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As exportações da China calculadas em dólares retrocederam 5,5% (6,1% em iuanes) na comparação com o mês de agosto 2014 - FOTO: Foto: AFP
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O comércio exterior chinês registrou nova baixa em agosto, conforme anunciou o governo, com a queda nas exportações e importações, o que reflete a desaceleração da segunda maior economia mundial. 

As exportações da China calculadas em dólares retrocederam 5,5% (6,1% em iuanes) na comparação com o mês de agosto 2014, a 169,9 bilhões de dólares, enquanto as importações, também calculadas em dólares, caíram 13,8% em ritmo anual (14,3% em iuanes), a 136,6 bilhões dólares. 

Apesar da queda, o resultado representa um avanço na comparação com julho, quando as exportações chinesas registraram forte queda de 8,9%.

Estes dados confirmam a desaceleração da China,  onde as exportações constituem um motor tradicional do crescimento. Esse retrocesso aumenta a preocupação dos mercados em relação à primeira potência comercial mundial, que representa 13% do PIB global.

O refluxo de 5,5% nas exportações é, no entanto, menos pronunciado do que os previsto pelos analistas consultados pela agência Bloomberg, que apostavam em uma queda de 6,6%.

As autoridades chinesas desvalorizaram o iuane em agosto, apesar de esta medida aparentemente não ter surtido muito efeito no crescimento de suas exportações, avalia Wan Zhao, analista do  banco China Merchants Bank, em Xangai.

O analista acredita que o impacto da medida só se fará notar na fatura externa da China em um prazo de três a seis meses devido ao fato de os contratos atuais terem sido assinados com taxas de câmbio anteriores à desvalorização.

O PIB chino registrou um crescimento de 7,3% em 2014, seu nível mínimo em 25 anos, e caiu a 7% nos dois primeiros trimestres deste ano.

As autoridades comunistas chinesas buscam equilibrar o modelo econômico mediante o incentivo ao consumo, em detrimento dos investimentos em infraestruturas, outro pilar tradicional do crescimento do país.

"As exportações para os Estados Unidos e a Associação de Nações do  Sudeste Asiático (Asean) continuam crescendo, mas as vendas para a União Europeia e o Japão retrocedem", precisou a Alfândega chinesa.

Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics, atribuiu a queda do faturamento em agosto às explosões que devastaram o porto industrial de Tianjin (norte) e à redução da produção imposta pelo governo a milhares de empresas, a fim de limpar o ar em Pequim visando ao gigantesco desfile militar de 3 de setembro, para celebrar os 70 anos da capitulação do Japão.

"Sem estes transtornos o comércio teria sido muito mais forte em agosto e, de qualquer maneira, melhorará nos próximos trimestres graças à reativação da demanda externa e à aceleração dos gastos nos investimentos", afirma Evans-Pritchard.

O retrocesso de 13,8% das importações em relação a agosto de 2014 representa uma forte queda depois da de julho (-8,1%) e supera, neste caso, a queda de 7,9% antecipada pelos especialistas consultados pela Bloomberg.

Segundo as alfândegas, a queda geral dos preços dos bens de consumo explicaria este retrocesso das importações, que caem pelo décimo mês consecutivo.

O excedente comercial cresceu, por sua parte, em agosto 20,1% em ritmo anual, totalizando 60,2 bilhões de dólares, segundo fontes oficiais.

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