Leia Também
A economia da China cresceu 6,9% no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2014, informou o governo chinês nesta segunda-feira (19). É a menor taxa de expansão verificada desde o primeiro trimestre de 2009.
O desempenho indica que as medidas de estímulo adotadas pelo governo nos últimos meses ainda não foram suficientes para reanimar a economia do país. A desaceleração vem sendo maior do que a esperada.
Pequim trabalha para que a economia registre expansão de "cerca de" 7% em 2015.
No mês passado, já diante de sinais de enfraquecimento da economia, um porta-voz do órgão de estatísticas chinês afirmou que uma alta de 6,5% ainda seria considerada como um desempenho dentro da meta.
Apesar de decepcionante, o resultado foi ligeiramente melhor que o antecipado por economistas. As projeções apontavam para elevação de apenas 6,7% de julho a setembro, segundo o "Financial Times".
Mesmo se a economia do país fechar o ano com o crescimento de 7%, o resultado ficará bem abaixo do verificado nos últimos anos. Em 2014, a economia cresceu 7,3%, o pior desempenho desde 1989 e abaixo da meta de 7,5% que havia sido fixada por Pequim.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta alta de 6,8% no PIB chinês este ano. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 6,7%.
A queda no crescimento da China ocorre num momento em que o país tenta migrar de um modelo econômico dirigido pela exportação para um voltado ao consumo interno.
A transição vem sendo desafiadora. Os resultados fracos da indústria e o temor do estouro de uma bolha no mercado acionário têm forçado o governo chinês a agir.
Os juros foram reduzidos. Houve diminuição nas exigências das taxas de reserva dos bancos para aumentar o volume de crédito na praça. O governo ainda intensificou os gastos públicos e forçou a desvalorização da moeda frente ao dólar.
Para analistas, a queda das exportações nos últimos meses já indicava que a expansão do PIB seria menor do que a vista nos trimestres anteriores. Os embarques caíram 3,7% em setembro ante o mesmo período de 2014. Em agosto, a queda fora de 5,5%.
Os resultados ruins são resultado do aumento dos custos no país, em especial da mão de obra, o que torna alguns produtos menos competitivos. Há ainda a menor demanda mundial, que reduz os pedidos.