A sinalização por parte do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) de que o juros americanos poderão começar a subir ainda neste ano voltou a pressionar o dólar nesta quarta-feira (28).
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O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, estava em baixa desde a abertura das negociações, mas passou a subir logo após a decisão do Fed e fechou com valorização de 0,66%, para R$ 3,922 na venda. No dia, chegou a atingir mínima de R$ 3,858.
Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, estava fechado no momento da divulgação. A divisa teve queda de 1%, para R$ 3,868.
No exterior, o dólar subiu mais de 1% sobre o euro. Moedas emergentes como a lira turca e o peso mexicano também perderam força em relação a divisa dos Estados Unidos.
Os sinais emitidos por membros do Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar.
Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco.
Os juros futuros nos EUA mostravam chance de 32,8% de aumento da taxa de juros americana em dezembro, antes do anúncio do Fed nesta tarde. Após o comunicado, a probabilidade chegou a subir até a 49%.
Na reunião anterior do Fed, em setembro, a preocupação demonstrada com o impacto da crise global sobre a economia americana havia afastado a expectativa de elevação dos juros nos EUA em 2015.
No comunicado desta quarta-feira, porém, a passagem mais enfática sobre o tema foi excluída, abrindo porta para um aumento na próxima reunião do Fed, que ocorrerá nos dias 15 e 16 de dezembro.
O Banco Central do Brasil deu continuidade nesta quarta ao seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 510,8 milhões.
A tensão no câmbio também se refletiu no mercado brasileiro de juros futuros nesta sessão. Após dois dias de queda, as taxas dos contratos de DI subiram na BM&FBovespa e seguem em níveis considerados altos.
O DI para janeiro de 2016 avançou de 14,250% para 14,300%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,880%, ante 15,730% na sessão anterior.
AÇÕES EM QUEDA
O principal índice da Bolsa brasileira inverteu a tendência de alta após a decisão do Fed e fechou o dia no vermelho, destoando do avanço visto nos mercados de Nova York e da Europa.
O Ibovespa caiu 0,64%, para 46.740 pontos. O volume financeiro foi de R$ 7,247 bilhões -perto da média diária do mês de outubro de R$ 7,713 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.
As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 3%, para R$ 13,56. Já as ordinárias, com direito a voto, tiveram queda de 2,70%, para R$ 16,57 cada uma.
A baixa da Vale refletiu nova desvalorização nos preços do minério de ferro negociado no mercado à vista da China -principal destino das exportações da mineradora brasileira- para o menor nível desde meados de julho deste ano.
Em sentido oposto, o avanço de 1,32% das ações preferenciais da Petrobras, para R$ 7,70 cada uma, compensou em partes a perda da Vale na sessão. Os papéis ordinários da estatal subiram 1,73%, para R$ 9,40. O movimento refletiu a disparada nos preços do petróleo no exterior.
Também no azul, os bancos ajudaram a amenizar a queda do Ibovespa no dia. Este é o setor com maior peso dentro do índice. O Itaú ganhou 0,68%, para R$ 26,73, enquanto o Bradesco viu sua ação preferencial subir 2,56%, a R$ 22,03.