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Dólar cai mais de 2% ante o real com fluxo cambial positivo e ajustes

No fechamento, a moeda no balcão foi cotada a R$ 3,8599, com queda de 2,33%

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 28/12/2015 às 18:00
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
No fechamento, a moeda no balcão foi cotada a R$ 3,8599, com queda de 2,33% - FOTO: Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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O dólar fechou esta segunda-feira (28) com queda de mais de 2% frente o real, na contramão da valorização registrada ante o iene e algumas das principais divisas de países emergentes e exportadores de commodities. O recuo foi puxado por um fluxo financeiro positivo inesperado, além das vendas de dólares por exportadores e de ajustes de posições de fim de ano, segundo os agentes do mercado de câmbio ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. 

Na mínima, por volta das 16 horas, o dólar à vista atingiu R$ 3,8585, com queda de 2,36% no balcão - menor valor intraday desde 15/12/2015 (a R$ 3,8515) e maior perda desde o recuo de 2,97% contabilizado durante a sessão do dia 18 de setembro de 2013, de acordo com levantamento do AE Dados. 

No fechamento, a moeda no balcão foi cotada a R$ 3,8599, com queda de 2,33%. O volume financeiro total registrado somava cerca de US$ 1,620 bilhão (US$ 1,227 bilhão para liquidação em dois dias úteis). 

No mercado futuro, às 17h17, o dólar para janeiro de 2016 recuava 2,24%, a R$ 3,8645.

O volume de negócios registrado somava cerca de US$ 11,271 bilhões.

Apenas nos primeiros negócios foi registrada alguma volatilidade no mercado à vista. Após abrir quase estável, cotada a R$ 3,9512 (-0,02%), o dólar à vista chegou a subir pontualmente à máxima, a R$ 3,9821 (+0,77%). 

Essa taxa atraiu exportadores à ponta de venda num primeiro momento. Logo depois, o dólar passou a cair e só acelerou o ajuste negativo ao longo da sessão. Os agentes do mercado atribuem o recuo às ofertas dos exportadores, mas principalmente a sinais de ingressos de recursos de investidores chineses. 

Este fluxo financeiro favorável, segundo a corretora Correparti, seria possivelmente para honrar pagamentos parciais relativos à licitação de um conjunto de usinas hidrelétricas com concessões vencidas ou a vencer, que totalizou cerca de R$ 17 bilhões no fim de novembro.

Em relação ao fluxo comercial, os exportadores se destacaram na venda de dólares principalmente durante a manhã, depois que a moeda atingiu as máximas intraday no começo da sessão, segundo os operadores consultados pelo Broadcast. 

Eles apontaram ainda como fatores positivos para o mercado de câmbio a venda da oferta integral de US$ 544,8 milhões na rolagem do vencimento de swap cambial de janeiro e o superávit de US$ 850 milhões da balança comercial na terceira semana de dezembro. O saldo líquido comercial reflete um montante de exportações de US$ 3,595 bilhões no período, e de importações de US$ 2,745 bilhões.

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