O noticiário negativo vindo da China, somado às preocupações com a economia brasileira, fez o dólar voltar a superar os R$ 4,00 neste primeiro dia útil de 2016. A moeda americana à vista terminou a sessão desta segunda-feira, 4, cotada aos R$ 4,0344, em alta de 1,88%, em sintonia com o avanço do dólar ante praticamente todas as demais divisas no exterior. A moeda para fevereiro, que fecha apenas às 18 horas, subia no fim da tarde 1,69%, aos R$ 4,0665.
A China deu o tom da busca de dólares desde o início do dia. Isso porque pesquisa da Caixin Media e da Markit indicou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China recuou para 48,2 em dezembro, de 48,6 em novembro. Foi o décimo mês consecutivo de leitura abaixo da marca de 50,0, o que indica contração da atividade.
Além disso, está próximo o fim da proibição de vendas de ações por grandes investidores e do impedimento de venda de ações a descoberto na China. Para alguns profissionais, isso abriu espaço para uma antecipação de vendas de papéis hoje, o que fez as bolsas chinesas despencarem e espalhou um movimento de aversão para outros mercados, entre eles os de moedas.
Não bastasse isso, o Brasil segue com seus problemas. Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, voltaram a demonstrar cautela com as mudanças mais recentes na equipe econômica, com a substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda.
Durante a tarde, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que em 2015 o saldo comercial foi positivo em US$ 19,681 bilhões. Foi o melhor resultado do ano desde 2011, quando o saldo foi de US$ 29,793 bilhões, conforme tabela atualizada pelo ministério.
O problema é que o resultado de 2015 foi obtido às custas de um redução forte das importações e também das exportações, que tiveram os piores números anuais desde 2009 (em dólares).