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Bolsa de NY sobe em dia de volatilidade com petróleo, Fed e balanços

Ao longo do dia, o mercado de ações acompanhou as oscilações dos preços do petróleo

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 28/01/2016 às 22:40
Foto: Mario Tama/ Getty Images/ AFP
Ao longo do dia, o mercado de ações acompanhou as oscilações dos preços do petróleo - FOTO: Foto: Mario Tama/ Getty Images/ AFP
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As bolsas dos EUA fecharam em alta nesta quinta-feira (28) mas com os principais índices abaixo das máximas, em dia marcado pela volatilidade. Ao longo do dia, o mercado de ações acompanhou as oscilações dos preços do petróleo, que reagiram positivamente ao noticiário sobre a possibilidade de os países produtores mais importantes se reunirem para discutir cortes na produção. O índice Dow Jones chegou a subir 0,99% e o Nasdaq, 1,06%.

Os investidores mostraram cautela depois de o Federal Reserve mostrar, no comunicado divulgado ao fim da reunião de ontem, uma preocupação maior com os possíveis efeitos, para os EUA, da desaceleração de outras economias e da turbulência dos mercados globais - e na véspera da divulgação da primeira estimativa do PIB do país no quarto trimestre. Tanto os indicadores econômicos como os informes de resultados de empresas divulgados hoje saíram mistos.

Os preços do petróleo subiram pelo terceiro dia consecutivo, com a expectativa de que os países da Opep e os grandes produtores que não são membros do grupo, como a Rússia, cheguem a um acordo para reduzir a produção na tentativa de conter a queda dos preços. O petróleo negociado em Nova York chegou a subir 7,80% e o Brent chegou a ganhar 8,28% pela manhã, depois de o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, dizer que seu país e os membros da Opep discutirão em fevereiro a proposta de reduzir sua produção em 5%; declarações semelhantes de ministros de países produtores haviam levado a altas dos preços nos dois dias anteriores.

Hoje, os preços devolveram boa parte dos ganhos em reação a declarações de "um delegado sênior de um país do Golfo Pérsico na Opep", de que o cartel não tem nenhuma reunião convocada e não há planos para uma negociação com a Rússia. Outro fator foi a entrevista dada à CNN por Mohammad Bagher Nobakht, um dos principais assessores econômicos do presidente iraniano, Hassan Rouhani. Ele disse que "o Irã decidiu reconquistar sua fatia da produção da Opep, custe o que custar" e que "se é para a oferta de petróleo cair, os países que elevaram sua produção quando nós estávamos sob sanções é que deveriam reduzi-la agora; eles deveriam permitir que o Irã tenha sua participação no mercado". Em Paris, durante visita oficial do presidente Rouhani, a francesa Total assinou um contrato para a compra de 150 mil a 200 mil barris de petróleo iraniano por dia.

"Há dois fatores chaves conduzindo os mercados neste momento: o Fed e o petróleo. Como já vimos várias vezes neste ano, os preços do petróleo podem ficar muito voláteis; e caso os vejamos virar para pior, minha expectativa é de que os índices do mercado de ações dos EUA não fiquem muito atrás", comentou o analista Craig Erlam, da Oanda.

Para Angel Mata, chefe de operações com ações da Stifel Nicolaus, "o fato de não sabermos o que o Fed vai fazer com as taxas de juro vai segurar qualquer rali que possamos ver aqui Vamos continuar a ver esse tipo de movimentação para cima e para baixo no futuro previsivel".

Os indicadores divulgados nos EUA saíram mistos. O número de pedidos de auxílio-desemprego ficou em 278 mil na semana passada, com queda de 16 mil; economistas previam 280 mil pedidos. As encomendas de bens duráveis caíram 5,1% em dezembro, quando a expectativa era de +0,7%. As vendas pendentes de imóveis residenciais usados cresceram 0,1% em dezembro, abaixo da previsão de +0,6%. O índice de atividade industrial regional do Fed de Kansas City ficou em -9 em janeiro, mesmo nível de dezembro.

Este também foi o dia mais movimentado até agora na temporada de informes de resultados das empresas no quarto trimestre; segundo a FactSet, 51 empresas com ações no S&P-500 divulgariam balanços ao longo do dia.

Dos dez componentes setoriais do S&P-500, o único a fechar em queda foi o de serviços de saúde (-2,30%). O de energia subiu 3,15%, o de utilidades públicas ganhou 1,62% e o de tecnologia avançou 1,48%.

Entre os destaques da sessão estavam as ações de empresas que divulgaram resultados, como Facebook (+15,52%), eBay (-12,45%), Qualcomm (-8,29%), Caterpillar (+4,73%, maior alta entre as componentes do Dow), Alibaba (-3,77%), Celgene (-6,62%), Abbott Labs (-9,29%), Bristol-Myers Squibb (-0,89%), Eli Lilly (-6,05%), Altria Group (+1,14%), Baker Hughes (+5,61%), Valero Energy (-2,20%), Ford (-1,18%), Harley-Davidson (+3,81%), Hershey (+3,04%), Johnson Controls (-1,34%), Time Warner Cable (+1,62%) e Raytheon (+3,48%). Entre as ações de empresas que divulgariam balanços após o fechamento, os destaques foram Amazon.com (+8,91%), Microsoft (+1,64%) e Visa (-2,23%).

O índice Dow Jones fechou em alta de 125,18 pontos (0,79%), em 16.069,64 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 38,51 Pontos (0,86%), em 4.506,68 pontos. O S&P_500 fechou em alta de 10,41 pontos (0,55%), em 1.893,36 pontos.

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