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Apesar do corte da nota de crédito do Brasil pela Moody's, o dólar perdeu força ante o real e terminou a quarta-feira (24), em baixa. Como o rebaixamento do País já era esperado, investidores venderam a moeda americana à tarde, em sintonia com o exterior, onde o dólar também passou a cair ante várias divisas de exportadores de commodities e emergentes. O dólar à vista terminou em queda de 0,17%, aos R$ 3,9576, enquanto a moeda para março cedeu 0,21%, aos R$ 3,9550.
O início do dia, no entanto, foi de pressão. Além de o petróleo estar em queda no exterior, penalizando as divisas de exportadores, a Moody's anunciou o corte da nota de crédito do Brasil, de Baa3 para Ba2, com perspectiva negativa. De uma só vez, o País desceu dois degraus e ainda perdeu o "grau de investimento". Agora, as três grandes agências globais de rating - Moody's, S&P e Fitch - qualificam o investimento no Brasil como especulativo.
A reação imediata à Moody's foi de alta para o dólar, ainda que o exterior fosse em grande parte responsável pelo movimento. Na máxima do dia, às 11h37, o dólar à vista marcou R$ 4,0071 (+1,08%).
À tarde, o cenário começou a mudar. Além de o efeito da Moody's ter arrefecido, dados divulgados nos EUA fizeram o petróleo virar para o positivo, o que tirou força do dólar em todo o mundo. O Departamento de Energia dos EUA informou que os estoques de petróleo bruto cresceram 3,502 milhões de barris na semana passada, acima dos 2,4 milhões esperados. No entanto, os estoques de gasolina caíram 2,236 milhões de barris, mais que o recuo de 300 mil esperados, enquanto os de destilados cederam 1,66 milhão de barris, mais que a previsão de 700 mil de baixa.
Alguns números sobre a economia norte-americana, anunciados no fim da manhã, também justificaram a virada do dólar do positivo para o negativo em várias praças. O PMI de serviços (preliminar) do país recuou 53,2 em janeiro para 49,8 em fevereiro e a venda de moradias novas caiu 9,2% em janeiro, no nível mais baixo desde outubro.
Assim, o dólar à vista virou para o negativo ante o real e renovou mínimas em vários momentos da tarde, atingindo o menor valor do dia às 16h45 (R$ 3,9473, -0,43%). Depois, reduziu um pouco as perdas até encerrar nos R$ 3,9576.