O dólar encerrou esta sexta-feira (11), a segunda semana de março, acumulando uma queda de 10,1% no período. Mais uma vez, a baixa da moeda americana foi conduzida principalmente pelo cenário político, com investidores na expectativa pelo fim de semana. A convenção do PMDB no sábado e as manifestações de domingo foram apontadas como fatores que podem piorar a situação da presidente Dilmar Rousseff. No limite, na visão do mercado, uma saída de Dilma da Presidência pode dar início a uma recuperação da economia. Assim, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,67%, aos R$ 3,5945, no menor valor em quase sete meses, desde 28 de agosto de 2015. Das nove sessões de março até agora, o dólar caiu em oito delas. No mercado futuro, que encerra apenas às 18h15, a moeda para abril cedia 0,61%, aos R$ 3,6140.
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Hoje, o início do dia ainda trouxe certa recomposição de posições compradas em dólar, o que fez a moeda americana chegar a ser cotada às 9h48 na máxima de R$ 3,6672 (+1,34%). Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, justificaram este avanço citando certo fluxo de saída do País, com alguns players aproveitando as cotações mais baixas para remeter dólares, além de um pouco de cautela com as notícias políticas. Se ontem houve euforia com o pedido de prisão de Lula, hoje alguns profissionais ponderaram que a medida pode ter sido precipitada, injustificada e inconsequente.
"É claro que o mercado acha que quanto mais fraco ficar o atual governo, melhor, porque Dilma tende a cair. Só que ontem mesmo muita gente criticou o Ministério Público de São Paulo, inclusive membros da oposição", disse um profissional. "O mercado acabou ficando mais cauteloso pela manhã e comprou um pouco de dólar."
Ao longo da manhã, porém, o dólar voltou a desacelerar e perto das 12 horas já oscilava no território negativo. Além do fato de a moeda americana também estar em queda no exterior, em relação a várias divisas de países emergentes e exportadores de commodities, pesava o fato de o fim de semana estar próximo. A convenção do PMDB de amanhã, que pode fazer o partido se afastar do Planalto, e as manifestações de domingo eram citadas como motivo para manter ou elevar posições vendidas em dólar - e não compradas.
Em função disso, o dólar renovou algumas mínimas no início da tarde e, novamente, mais perto do fim da jornada. No melhor momento, às 16h51, marcou R$ 3,5850 (-0,93%). Depois, encerrou nos R$ 3,5945.
Na Bovespa, o índice à vista mostrava estabilidade neste fim de tarde, aos 49.569 pontos, com investidores também à espera do fim de semana. Na renda fixa, as taxas dos contratos futuros de juros seguem em baixa nesta sessão estendida, em sintonia com o dólar e com o cenário político.