MERCADO

Fed diz que há razões para subir as taxas básicas de juros

Analistas de mercado se queixaram ao longo deste anos dos pronunciamentos públicos do Fed

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 26/08/2016 às 14:15
Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
Analistas de mercado se queixaram ao longo deste anos dos pronunciamentos públicos do Fed - FOTO: Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
Leitura:

As razões para que as taxas básicas de juros subam nos Estados Unidos aumentaram nos últimos meses, afirmou nesta sexta-feira (26) a presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Janet Yellen.

Em um discurso em uma reunião anual da entidade no Wyoming, Yellen falou de um forte crescimento do mercado atacadista e disse que é preciso esperar aumentos da taxa básica nos próximos anos.

"À luz do sólido e sustentável desempenho do mercado trabalhista, de nossas perspectivas de atividade econômica e da inflação, acho que o argumento para aumentar a taxa básica de juros se fortaleceu nos últimos meses", afirmou durante o simpósio anual que o Fed realiza em Jackson Hole, Wyoming.

As palavras de Yellen, que influenciarão os mercados, deixaram claro as intenções das autoridades de política monetária americanas, que nos últimos meses mencionam a necessidade de  de subir as taxas em curto prazo.

Analistas de mercado se queixaram ao longo deste anos dos pronunciamentos públicos do Fed, por considerá-los evasivos e até contraditórios, o que, segundo eles, gerava perplexidade nos investidores.

As afirmações de Yellen aumentam a probabilidade de que o Comitê de Política Monetária (FOMC) eleve as taxas no correr deste ano; inclusive já na reuniào que será realizada em setembro.

O Fed aumentou as taxas em dezembro de 2015 pela primeira vez em quase uma década, e pareceu concluir assim suas políticas de apoio à economia para responder à grande recessão de 2008 e 2009.

As taxas ficaram entre 0,25% e 0,50% e no correr do ano o Fed não deu sinais de sua intenção de voltar a aumentá-las.

A entidade visava ao crescimento dos Estados Unidos e teme que acontecesse de forma lenta e, ao mesmo tempo, advertiu sobre as muitas incertezas no mundo; especialmente na China e na Europa.

Apesar de seu claro sinal de que o aumento dos juros agora é mais provável, Yellen advertiu que as decisões dependem de condições econômicas que podem sofrer muitas mudanças.

"Nossa capacidade para prever como evoluirá a taxa básica é muito limitada porque a política monetária necessitará responder a qualquer problema problema que possa abalar a economia", explicou Yellen.

Ela acrescentou que algumas dessas condições só se tornam visíveis depois que acontecem.

"Por isso, a margem de resultados razoáveis é muito ampla para as taxas", destacou.

Yellen mencionou estudos segundo os quais há 70% de possibilidades de que as taxas sejam de entre 0% e 3,25% até o final de 2017. Essa margem se expandiria a entre 0 e 4,5% no final de 2018.

"Quando ocorrem choques e o panorama econômico muda, é preciso fazer ajustes", acrescentou Yellen.

A presidente do Fed destacou que a ecomomia incorpora novos empregos em um ritmo mensal médio de 190.000 e o consumo continau numa base sólida.

Os comentários de Yellen foram mais diretos e claros que os pronunciamentos anteriores do Fed, que mostravam uma mistura de inflação relativamente baixa e uma produtividade fracas.

Últimas notícias