Diplomacia

UE deixa futuro da cúpula conjunta em El Salvador nas mãos da Celac

O futuro da cúpula entre União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) deve ser decidido em outubro, em São Salvador.

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Publicado em 08/09/2017 às 15:05
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O futuro da cúpula entre União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) deve ser decidido em outubro, em São Salvador. - FOTO: Foto: AFP/Arquivos
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A decisão sobre o futuro da cúpula entre União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), prevista para acontecer em outubro em São Salvador cabe ao bloco latino, já que são eles os anfitriões, indicaram fontes de Bruxelas.

Doze países do continente americano, entre eles Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, México e Peru, pediram em agosto, na chamada Declaração de Lima, para o encontro de líderes internacionais ser adiado por causa da crise política na Venezuela. 

El Salvador, país que exerce a presidência rotativa da Celac, anunciou neste mês uma reunião, em 18 de setembro, de chanceleres do bloco com altos delegados da UE em Nova York, em paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, para decidir se adiam a cúpula. 

Contudo, uma fonte europeia que pediu o anonimato apontou à AFP que cabe ao bloco decidir, já que são os "anfitriões" desta terceira cúpula de mandatários. A anterior aconteceu em Bruxelas em 2015, e a primeira, no Chile, dois anos antes. 

"Esperamos que a Celac adote uma posição sobre a recomendação formulada na Declaração de Lima", indicou à AFP uma porta-voz europeia, lembrando da reunião de Nova York. A UE estima que a cúpula deveria "acontecer no momento mais oportuno para ser bem sucedida" e confirmar o "compromisso" de ambos blocos, completou.

Uma fonte diplomática da UE concorda que os europeus não querem "se intrometer" nessa decisão e preferem "manter a prudência". 

Fontes diplomáticas latinas em Bruxelas expressaram suas duvidas sobre a realização do encontro. 

"Nós não vamos participar da cúpula", disse à AFP o embaixador do Peru na UE, Gonzalo Gutiérrez, referindo-se aos países assinantes da Declaração de Lima, que também incluem Costa Rica, Chile, Guatemala, Honduras, Panamá e Paraguai.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, anunciou nesta semana, pelo Twitter, que também não vai participar da reunião de cúpula, em apoio à Declaração de Lima sobre a Venezuela.

O embaixador peruano questionou, neste contexto, a viabilidade de "uma cúpula sem esses importantes países latino-americanos". "A previsão que nós temos é que a cúpula não vai acontecer", completou. 

Gutiérrez destacou, entretanto, que a decisão de adiar o encontro ainda não foi adotada "formalmente", apesar de esperar que seja oficializada "nos próximos dias", após as negociações em Nova York. 

A cúpula está prevista para 26 e 27 de outubro na capital salvadorenha com os chefes de Estado e de governo dos dois blocos. As alterações climáticas e o comércio justo serão os principais temas a serem tratados na reunião, segundo a agenda prevista.

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