A economia dos Estados Unidos se expõe a uma recessão dentro de um ano, quando passar o efeito da redução de impostos determinada por Donald Trump, afirma o prêmio Nobel de Economia Edmund Phelps.
"Uma recessão dentro de seis a 12 meses é realista. Isto pode levar um pouco mais de tempo segundo as circunstâncias, mas também pode acontecer antes", afirmou ao jornal austríaco Die Presse o macroeconomista americano, vencedor do Nobel em 2006 por seus estudos sobre o crescimento.
Phelps indicou que o crescimento observado atualmente nos Estados Unidos tem as características "que normalmente precedem uma recessão". Foi alimentado artificialmente por Trump, sobretudo com as medidas fiscais, completou.
Leia Também
"Dopa a economia a curto prazo. Pode aguentar um ano aproximadamente. Mas para conseguir este resultado, o presidente aumentou muito o endividamento do Estado. Vai acontecer um contragolpe", opina Edmund Phelps.
Esta crise pode ser desencadeada com o desenvolvimento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, assim como com a incerteza ligada à política "populista" na Itália, que poderia "dividir a zona do euro", adverte o economista.
BCE
Neste contexto, o Banco Central Europeu (BCE) parece desarmado, segundo Phelps. Se o presidente da instituição, Mario Draghi, "aumentar as taxas, asfixia a frágil recuperação econômica. Se decidir mantê-las a zero, não tem cartuchos para poder estimulá-la quando necessário".