O dólar à vista encerrou o pregão desta sexta-feira, 6, no nível dos R$ 4,14. Com isso, acumulou queda de 2,21% nos primeiros cinco pregões de dezembro, na maior oscilação negativa semanal desde meados de outubro. No pregão desta sexta-feira, principalmente na parte da tarde, a divisa americana mostrou enfraquecimento generalizado frente às moedas de emergentes e o Brasil não fugiu à regra. Impactaram também no recuo da cotação por aqui o bom humor dos agentes com relação aos dados mais fortes de retomada da economia local e o contexto sem notícias relevantes no campo político para dar o contraponto.
Na parte da manhã, o dólar teve um momento de alta após a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho em novembro nos Estados Unidos, que vieram melhor que o esperado. Outro fator considerado foi o retorno do estresse que houve na semana passada, quando o dólar buscou os R$ 4,28.
Para um operador que acompanha o segmento de câmbio, o intervalo entre R$ 4,15 e R$ 4,20 é mais positivo e considerado confortável tanto para o mercado quanto para o Banco Central. "Nesse ponto, não deve haver intervenção, mas os R$ 4,25 poderiam ser um teto velado", afirmou.
Em relatório divulgado nesta sexta (06), a agência de classificação de risco Fitch Ratings reviu suas projeções, apontando o dólar fechando o ano em R$ 4,20. No ano que vem, com o maior crescimento da economia, a moeda deve encerrar 2020 em R$ 4,00 e ao final de 2021, terminar em R$ 3,90. A agência elevou a estimativa para o PIB brasileiro no ano que vem, de 2% para 2,2%. "A Fitch projeta que o crescimento brasileiro se acelere em 2020", ressalta o texto.
A próxima semana será marcada por decisões importantes de política monetária tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos, pelo Federal Reserve (Fed), e na Europa pelo Banco Central Europeu (BCE), o que deve impactar o movimento da moeda local.
Expectativa
Felipe Pellegrini, gerente de tesouraria do Travelex Bank, vê tendência de valorização para o dólar na semana que vem, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar mais um corte na taxa básica de juros, a Selic. "Essa semana o câmbio está bem comportado, mas a expectativa por mais um corte no juro básico é mais um elemento que pode pressionar a moeda para cima".
O dólar à vista fechou em queda de 0,99%, a R$ 4,1469. No segmento futuro, o recuo foi de 1,06, a R$ 4,1455. O volume financeiro foi de R$ 18,29 bilhões.