Seca

Sertão tem perdas de 91% com a seca

Prejuízo já chega a R$ 412 milhões em 56 municípios

Raissa Ebrahim
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Raissa Ebrahim
Publicado em 12/05/2012 às 8:00
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A seca no Sertão nordestino já contabiliza um prejuízo de R$ 412 milhões em 56 municípios. As perdas mínimas, de acordo com o secretário da Agricultura e coordenador do Comitê de Enfrentamento à Seca, Ranílson Ramos, são de 91%, sobretudo no Araripe, São Francisco e Moxotó.

As culturas mais atingidas são as de feijão, milho e mandioca. Quem cria gado está se desfazendo do rebanho rapidamente porque não há perspectivas de chuva e os animais estão sem ter o que comer. A estiagem promete ser a pior dos últimos 30 anos.

“Estimamos que as perdas nas culturas estão entre 91% e 100%. A situação mais complicada é a do feijão, com prejuízo que já chega a R$ 210 milhões. A produção de mandioca, por sua vez, contabiliza perdas de R$ 70 milhões”, calcula o secretário.

Outra situação que preocupa é a do gado. Segundo Ranílson, a Guia de Trânsito de Animais (GTA), documento que oficializa a movimentação, já registra um aumento de vendas e abates de mais de 120% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

“Nessa época, em 2011, haviam sido emitidos 315 mil GTAs. Nosso último levantamento para 2012 aponta 720 mil documentos. Já perdemos mais de 10% do nosso rebanho e nossas vendas praticamente dobraram.”

Os donos dos rebanhos estão se desfazendo dos animais mais rapidamente por causa da perda da forragem animal. Em muitos casos, os bichos são vendidos pela metade do preço, principalmente os menores, que têm menos valor.

Pelos números do secretário, nosso rebanho hoje é de 6 milhões de animais, sendo 2,4 milhões de bovinos e 3,6 milhões de caprino e ovinos.

O secretário comunicou ainda que o balanço da bacia leiteira deve sair na próxima semana.

NORDESTE

De acordo com levantamento feito pelo jornal Valor Econômico, a seca no Piauí já atingiu 150 municípios e a previsão de perda média é de 80%.

Sergipe, o segundo maior produtor de milho do Nordeste, atrás apenas da Bahia, ainda não iniciou os plantios, pois a chuva que geralmente inicia em maio ainda não deu sinal.

No Maranhão, principal produtor de arroz da região, estima-se perdas de 80% a 100% na produção do cereal. No caso do milho, o prejuízo já chega a 50%.

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