Índios de quatro etnias do Nordeste encontraram uma forma bem moderna de escoar a produção artesanal: através da internet. Juntos, lançaram uma plataforma de e-commerce, o Rede Indígena Solidária de Arte e Artesanato (Risada) – www.risada.org, com capacidade de atender clientes de todo o mundo. O projeto é uma ramificação do canal de diálogo Índios Online (www.indiosonline.net).
“Comercializamos todo tipo de peça, de colares a arco e flechas. Nossos preços vão de R$ 10 até R$ 400 e também aceitamos encomendas. Os clientes podem opinar na construção dos produtos”, explica o articulador da rede, Jaborandy Yandê. Ele explica que não importa a aldeia que venda mais – kariri-xocó, pankararu, pataxó ou tupinambá, “todo o resultado das vendas é repartido igualmente. Cada uma recebe 5% do valor comercializado”, observa Yandê.
Para se organizar, os participantes se dividiram em três grupos: artesão digital (responsável pelo atendimento na web), artesão de base (confeccionar dos produtos) e articulador social (que tem como missão conectar os dois primeiros).
“Temos capacidade de vender para qualquer país. Firmamos uma parceria com os Correios para baixar o valor das entregas, para evitar que o frete ficasse mais caro que alguma peça para os locais mais distante. O combinado ficou em 40% do valor original”.
EXPOIDEA
O grupo está presente na Expoidea, feira de tecnologia, sustentabilidade e cultura sediada no Paço Alfândega, Bairro do Recife. “O momento que vivemos é de expansão e transformação da matriz econômica. Pernambuco, por exemplo, é hoje um grande laboratório de cultura, tecnologia e inovação”, diz o coordenador-geral da Expoidea, Rogério Robalinho. Segundo ele, nosso maior gargalo hoje é o escoamento da produção, a escala e a consolidação no mercado. “É preciso procurar validação além dos incentivos culturais do governo”.