As ações da Petrobras subiram nesta segunda-feira (30), recuperando parte das perdas da semana passada. Apesar do receio dos investidores com os termos do acordo entre a União e a empresa para explorar áreas do pré-sal, as ações ordinárias (ON) avançaram 1,18% e as preferenciais (PN) 0,52%.
Operadores do mercado financeiro disseram que pesou na avaliação dos investidores a declaração feita pela presidente da empresa, Graça Foster, de que não há "sinal de uma nova capitalização" da estatal até 2030.
"Demonstramos que a capitalização está completamente fora do radar. Com essa produção maior, na busca permanente pela convergência de preços, com a carteira de desinvestimento, estamos caminhando para voltar a ter os indicadores de endividamento líquido", disse Graça Foster, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada no domingo.
Além da entrevista, o mercado repercutiu relatórios de bancos divulgados após a reunião de Graça Foster com analistas financeiros. Os relatórios dos analistas trouxeram um tom mais otimista, na comparação com os publicados na semana passada, embora o receio com a dificuldade de caixa e o endividamento da empresa continue.
Os analistas do Credit Suisse Vinicius Canheu e Andre Sobreira disseram em relatório que estão ligeiramente mais otimistas. Eles disseram que o pagamento de R$ 2 bilhões em bônus de assinatura mais os R$ 13 bilhões em adiantamentos para explorar os volumes extras do pré-sal representam apenas 3% do orçamento de cinco anos.
Já o relatório do Citi citou uma visão "marginalmente positiva" quanto ao encontro de sexta-feira. O novo contrato é um passo para a companhia atingir a meta de manter a produção em 4,2 milhões de barris por dia de 2021 a 2030, informou o relatório.
O texto citou, porém, que o acordo do pré-sal deve seguir pesando sobre as ações, por causa do aumento das incertezas em relação ao fluxo de caixa, além da revisão do valor dos 5 bilhões de barris incluídos na operação de cessão onerosa.
EXPORTAÇÕES - Na entrevista ao Estado, Graça disse também que o crescimento da produção de petróleo significará uma mudança estratégica da empresa. Ela afirmou que "o foco passa a ser a produção de petróleo e a exportação de forma significativa" a partir de 2019. Em cinco anos, a estatal aumentará a produção de petróleo "sobremaneira", disse.