Pelo terceiro mês seguido, a poupança voltou a atrair o interesse dos investidores. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Banco Central, a captação líquida (depósitos menos retiradas) da caderneta somou R$ 4,028 bilhões em julho. Foi o maior ingresso mensal de recursos em 2014, mas o resultado ainda está 57% abaixo do registrado no mesmo mês de 2013, quando a captação líquida tinha atingido R$ 9,331 bilhões.
De janeiro a julho, a captação líquida totalizou R$ 13,642 bilhões, com queda de 63,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2013, a poupança havia registrado recorde na entrada de recursos, quando os depósitos superaram os saques em R$ 71,047 bilhões.
O principal responsável pela diminuição do interesse da poupança foi a alta da taxa Selic (juros básicos da economia), atualmente em 11% ao ano. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), os juros mais altos tornaram, em alguns casos, os investimentos em fundos de renda fixa mais atraentes que a poupança.
Desde abril, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tem mantido a Selic em 11% ao ano. No entanto, nos últimos 15 meses, os juros básicos foram reajustados em 3,75 pontos percentuais para encarecer o crédito e segurar a inflação.
As taxas mais altas aumentaram o rendimento da poupança desde o fim de agosto do ano passado. Pela regra, se a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros mais a Taxa Referencial (TR). Acima desse nível, a caderneta rende 0,5% ao mês mais a TR.
Apesar da melhoria no rendimento da poupança, os fundos de renda fixa passaram a render mais na maioria dos casos. Por lei, a poupança é isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração. Mesmo assim, de acordo com a Anefac, os fundos tornaram-se mais vantajosos, principalmente em aplicações de mais de seis meses.