Crítica

Abrace critica governo por PIB negativo no 2º trimestre

Em nota, a Associação acusa o governo de fazer uma politica anti-industrial energética

Carolina Sá Leitão
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Carolina Sá Leitão
Publicado em 29/08/2014 às 22:09
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A Associação Brasileira da Indústria Grande Consumidora de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) divulgou nesta sexta-feira (29) nota para criticar duramente o governo pelo resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. Para a entidade, a queda de 11,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no segundo trimestre, divulgada hoje pelo IBGE, comprova que a indústria perdeu a capacidade de investir.

Na nota, a Abrace acusa o governo de fazer uma politica anti-industrial energética. A associação também avalia que a retração do PIB 'é resultado do que classificou de "mais uma demonstração da inadequação da política com foco exclusivo em melhorias diretas na renda da população". 

Para a associação, os efeitos dessa política têm trazido perdas, principalmente para a indústria que é grande consumidora de energia. "Evidentemente que não temos nada contra a melhoria da renda das famílias, muito pelo contrário. Mas isso deve ser feito sem que a sustentabilidade do próprio objetivo fique ameaçada, como indicam os números de hoje", avalia o presidente-executivo da Abrace, Paulo Pedrosa. Na sua avaliação, esse processo também é verificado no custo da mão-de-obra e na política cambial. 

A entidade afirma que a percepção de muitos dos seus associados é que o País teria até mesmo uma política anti-industrial energética. "Como se a energia para a produção fosse menos digna da atuação pública do que a que chega às pessoas", alfineta a entidade. Para a Abrace, esse política do governo pode ser evidenciada na opção de não se destinar às grandes indústrias cotas de energia das concessões antigas. A entidade critica também os preços elevados do gás natural e da energia elétrica que são, na sua avaliação, há muito tempo, fatores de perda de competitividade e desestímulo a investimentos na produção.

A associação também argumentou que a indústria, grande consumidora de energia, tem que assumir riscos e custos que "caberiam a outros", como o aumento recente no custo da transmissão da ordem de 70% devido ao atraso de obras de geradores e risco de consumidores livres terem de assumir boa parte da dívida de Santo Antônio Energia no mercado de curto prazo. A entidade também atacou a substituição de contratos antigos por outros, muito mais caros.

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