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Desigualdade no País parou de cair, apura o IBGE

Desde 2002, quando estava em 0,561, o Índice de Gini vinha recuando, tanto pelo rendimento do trabalho quanto por todas as formas de renda, mas o processo parou a partir de 2012

Carolina Sá Leitão
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Carolina Sá Leitão
Publicado em 18/09/2014 às 18:50
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A renda do trabalho emendou o nono ano seguido de alta real em 2013, mas a desigualdade parou de cair no País, mantendo-se no mesmo nível desde 2011, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice de Gini, que mede a concentração de renda, piorou para 0,498 (quanto mais perto de zero, menor a desigualdade) em 2013, ante 0,496, considerando o rendimento do trabalho. Embora a variação seja pequena, o índice voltou ao patamar de 2011, quando estava em 0,499. Para o IBGE, o quadro é de estagnação.

"Não afirmaria que há uma melhora ou uma piora na concentração de renda. Diria que a gente está na mesma condição de 2011", afirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad.

Desde 2002, quando estava em 0,561, o Índice de Gini vinha recuando, tanto pelo rendimento do trabalho quanto por todas as formas de renda, mas o processo parou a partir de 2012. Pelo rendimento de todas as fontes, o índice ficou em 0,505, ante 0 504 em 2012 e 0,505 em 2011.

Segundo a economista Sônia Rocha, pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), a queda na desigualdade de renda vem de antes, de 1996 e 1997, e ocorreu sob condições macroeconômicas "bem diversas", alternando crises e baixo crescimento com períodos de mais dinamismo da atividade econômica.

Agora, o esgotamento do crescimento econômico desde 2011 torna mais difícil seguir distribuindo renda. Para piorar, as razões desse esgotamento - questões estruturais, como baixa qualificação da mão-de-obra, infraestrutura deficiente, burocracia, má regulação, custo fiscal, coisas difíceis de resolver rapidamente - atingem em cheio a distribuição da renda.

"O baixo crescimento atual não deixa espaço para dinamismo no mercado de trabalho, que também parou. Fica infinitamente mais difícil dar continuidade às melhorias distributivas sem crescimento e com o salário mínimo tendo atingido o nível atual, após uma forte valorização real nos últimos 15 anos", afirmou Sônia.

A Região Nordeste apresentou o maior nível de desigualdade, com Índice de Gini de 0,523. O Piauí (0,566) foi o destaque negativo com a maior taxa do País. O menor grau de concentração de renda foi encontrado na Região Sul (0,457), onde Santa Catarina registrou o menor índice do País (0,436).

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