Em meio à resistência de alguns setores do agronegócio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o governo federal turbinou os repasses previstos nos Planos Safra 2014/2015 para a agricultura empresarial e familiar. Foram liberados R$ 33,5 bilhões em financiamentos nos dois primeiros meses do ano-safra, iniciado em 1º de julho. É um volume 27,9% superior ao registrado em igual período de 2013. O total de recursos previstos nos dois planos 2014/15 soma R$ 180,2 bilhões.
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O Palácio do Planalto retomou os repasses para dois setores críticos ao governo: o cafeeiro e o sucroenergético. O suporte em custeio e comercialização por meio do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) cresceu 391% em julho e agosto, atingindo R$ 596 milhões em repasses federais. O sucroalcooleiro recebeu mais recursos por meio do programa de estímulo à renovação de canaviais (Prorenova), que elevou os repasses em 373% na comparação com os mesmo meses do ano passado, somando R$ 462,3 milhões.
Plano Safra
A agricultura empresarial recebeu a maior parte dos recursos liberados até agora pelo Plano Safra, com R$ 29,1 bilhões dos R$ 156,1 bilhões previstos para o ciclo produtivo 2014/15. Os empresários do campo receberam 26,9% a mais entre julho e agosto ante os R$ 22,965 bilhões nos mesmos meses de 2013.
O governo também turbinou os repasses para o agricultor familiar por meio do Pronaf. O programa liberou R$ 4,394 bilhões nos dois meses, com crescimento de 35% sobre o desembolso em 2013. O orçamento do Pronaf para 2014/2015 é de R$ 24,1 bilhões.
O suporte ao custeio e comercialização da safra, cujo orçamento do Plano Safra é de R$ 112 bilhões, cresceu 18,9%, atingindo R$ 21,218 bilhões em julho e agosto. A maior parte foi repassada por meio de programas com juros controlados pela União, como o Pronamp, a Poupança Rural e fundos constitucionais.
Essas linhas controladas movimentaram R$ 18,637 bilhões, com alta de 14,2%. O financiamento com juros livres cresceu 70,2% nos meses iniciais do Plano Safra, representando R$ 2,581 bilhões.
O montante destinado ao investimento da agricultura, como a compra de equipamentos por meio de programas como o Moderfrota e o Moderinfra, atingiu R$ 7,919 bilhões - alta de 54,6%. O Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) totalizaram 86% de todo o investimento executado (R$ 4,771 bilhões).