O setor público consolidado gastou R$ 17,016 bilhões com pagamento de juros no mês de agosto, informou o Banco Central. Houve redução em relação ao gasto de R$ 27,996 bilhões registrado em julho deste ano e também ante os R$ 21,871 bilhões vistos em agosto do ano passado.
Leia Também
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado um gasto com juros de R$ 16,581 bilhões. Já os governos regionais registraram despesa com esta conta de R$ 150 milhões, e as empresas estatais tiveram gastos de R$ 286 milhões.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o gasto com juros do setor público consolidado somou R$ 165,259 bilhões, o equivalente a 4,93% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o gasto com juros foi de R$ 163,358 bilhões ou 5,18% do PIB. Já nos últimos 12 meses encerrados em agosto, a despesa chegou a R$ 250,757 bilhões ou 4,97% do PIB.
Esforço fiscal
O esforço fiscal do setor público caiu 81,11% nos primeiros oito meses deste ano em relação a igual período de 2013, conforme o Banco Central. As contas do setor público acumulam no período um superávit primário de R$ 10,205 bilhões o equivalente a 0,30% do Produto Interno Bruto (PIB).
No mesmo período do ano passado, o superávit primário estava maior, em R$ 54,013 bilhões ou 1,71% do PIB. O resultado verificado este ano até agora é o pior desde 2002. A série histórica do BC para esse indicador teve início em dezembro de 2001.
O esforço fiscal no acumulado deste ano foi feito com a ajuda de um superávit de R$ 1,524 bilhões do Governo Central (0,05% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$9,121 bilhões (0,27% do PIB).
Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 5,286 bilhões, os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 3,835 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 440 milhões entre janeiro e agosto deste ano (0,01% do PIB).
Superávit em 12 meses
Brasília, 30/09/2014 - As contas do setor público consolidado acumulam um superávit primário de R$ 47,498 bilhões em 12 meses até agosto, o equivalente a 0,94% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o BC, o esforço fiscal caiu em 12 meses em relação ao período encerrado em julho, quando estava em 1,22% do PIB, ao totalizar R$ 61,526 bilhões. O superávit em 12 meses está abaixo da meta de 1,9% do PIB definida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Na segunda-feira, 29, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, reconheceu que há o risco de a política fiscal se tornar expansionista este ano, apesar de ter mantido no Relatório Trimestral de Inflação que as projeções de inflação contemplam um cenário de neutralidade. "O que estou reconhecendo é que nós trabalhamos com a hipótese de neutralidade para a política fiscal este ano. Estou afirmando que as evidências apontam que essa hipótese não se confirmará", argumentou.
O esforço fiscal nos 12 meses encerrados em agosto foi feito com a ajuda de um superávit de R$ 39,373 bilhões do Governo Central (0,78% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 8,683 bilhões (0,17% do PIB). Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 3,994 bilhões os municípios alcançaram um saldo positivo de R$ 4,690 bilhões. As empresas estatais, no entanto, registraram um resultado negativo de R$ 559 milhões no período.