As taxas de juros futuros abriram em forte alta, em linha com os ganhos acelerados do dólar ante o real logo após a abertura da sessão doméstica. Os negócios no Brasil são ditados pelos números das mais recentes pesquisas eleitorais, que trazem pressão aos mercados domésticos, enquanto no exterior os investidores reagem aos dados da China.
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O resultado do IPCA-15 de outubro perto do piso das estimativas até que tenderia a aliviar a pressão na curva a termo, mas o cenário eleitoral prevalece. Perto das 9h20, a estrutura dos juros futuros projetava cerca de 200 pontos-base de alta da Selic entre o fim de 2014 e o ano de 2015, segundo cálculos do economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, consultado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
No fim da semana passada, ela indicava alta de 150 pontos-base e no final do dia de ontem, de 180. Nesse horário, o DI para janeiro de 2016 apontava taxa de 12,16%, de 12,07% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 12,36%, de 12 14% no ajuste de ontem; e o DI para janeiro de 2021 estava em 11 96%, de 11,58% no ajuste da véspera.
Para analistas consultados pelo Broadcast, a reação dos investidores aos números revelados pelo levantamento do Datafolha sobre a corrida eleitoral na noite de ontem devem ditar o ritmo dos mercados domésticos nesta Terça-feira.
"A pesquisa deve se sobrepor às influências positivas vindas do exterior", disse o economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Camargo Rosa, referindo-se aos números da economia chinesa. "Embora ainda haja sinais de enfraquecimento da China, os dados vieram melhor que o esperado", destacou.
A pesquisa Datafolha mostrou nesta segunda-feira que, pela primeira vez desde o início do segundo turno, a presidente Dilma Rousseff (PT) aparece numericamente à frente de seu adversário, Aécio Neves (PSDB), embora ambos ainda estejam em situação de empate técnico, no limite máximo da margem de erro (dois pontos porcentuais para mais ou para menos).
Considerando-se apenas os votos válidos, a petista tem 52% contra 48% do tucano. Nesse universo, Dilma cresceu três pontos porcentuais desde quarta-feira da semana passada (49%), enquanto Aécio, que tinha 51%, caiu iguais três pontos.
Também pela primeira vez, a taxa de rejeição de Aécio atingiu recorde de 40% e é numericamente maior que a de Dilma, com 39%. O levantamento foi todo feito ontem, com 4.389 eleitores em 257 municípios. A sondagem Vox Populi, também divulgada na noite desta segunda-feira, mostrou o mesmo resultado, em votos válidos: Dilma com 52% e Aécio com 48% (empate técnico).
Na manhã desta terça-feira, 21, o IBGE informou que a prévia da inflação oficial no país, medida pelo IPCA-15, acelerou para 0 48% em outubro, ante alta de 0,39% apurada pelo menos indicador em setembro.
O resultado, entretanto, ficou perto do piso do intervalo das estimativas coletadas AE Projeções, que iam de 0,47% a 0,63%, e abaixo da mediana projetada, de +0,51%, conforme o levantamento.