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Abramat: é possível nova faixa de renda no Minha Casa

Durante a disputa eleitoral, Dilma afirmou que iria aumentar o ritmo de construção de moradias populares, de 450 mil por ano para cerca de 800 mil

Carolina Sá Leitão
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Carolina Sá Leitão
Publicado em 27/10/2014 às 20:15
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O governo da presidente Dilma Rousseff, em seu segundo mandato, terá condições de realizar ajustes em sua política econômica, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Ele considerou positiva a reeleição da petista e destacou a possibilidade de criação de uma nova faixa de renda atendida pelo programa Minha Casa Minha Vida.

"Para a construção o resultado das eleições foi positivo e devemos voltar a crescer já em 2015," disse Cover em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Neste ano, a Abramat prevê um recuo do setor de material de construção de até 4%.

Cover destacou a ampliação do Minha Casa Minha Vida, prometida por Dilma em sua campanha, como um importante motor de crescimento para o setor. Ele afirmou também que pode ser criada uma faixa intermediária, para reduzir o custo de financiamento para quem recebe menos de R$ 3100,00.

Durante a disputa eleitoral, Dilma afirmou que iria aumentar o ritmo de construção de moradias populares, de 450 mil por ano para cerca de 800 mil. Segundo Cover, esse crescimento deve dobrar a demanda do programa por materiais de construção. O presidente da associação lembrou também que, em reunião com entidades do setor, Dilma sinalizou que o governo concentraria sua atenção na construção de casas para famílias com renda até R$ 1600, a chamada faixa 1 do Minha Casa Minha Vida.

Para Cover, o governo precisa acabar com o clima de desconfiança na economia, ampliar as parcerias com o setor privado e ajustar os níveis do câmbio e dos juros. Medidas que, segundo ele, já foram sinalizadas pela presidente durante sua campanha e em seu discurso após a vitória. "Acho que o governo Dilma está preparado para tratar desses assuntos", afirmou o presidente da associação. "O governo, no nosso entendimento, vai cuidar de uma maneira diferente da economia."

De acordo com Cover, o segundo mandato da presidente deve ser marcado pela participação cada vez maior do setor privado nos investimentos de infraestrutura por meio de parcerias com o governo, o que deve aumentar o número de obras marcadas para os próximos anos.

Ele considera que Dilma já vem sinalizando para um diálogo mais próximo com as forças produtivas. "Principalmente nas obras de maior envergadura, vamos ter uma evolução maior da participação desses arranjos entre governo e setor privado", disse Cover. "Pela questão fiscal, haverá uma pressão maior sobre os gastos do governo e, do outro lado, as empresas precisarão investir em infraestrutura para crescer".

As incertezas do empresariado e das famílias, segundo ele, também devem ser amenizadas com o fim da disputa eleitoral. Para Cover, a indefinição política foi responsável por boa parte dos atrasos das obras neste ano e esse cenário apresentará melhoras já no ano que vem. Com a eleição finalizada, a demanda por crédito imobiliário também deve aumentar.

Segundo o presidente da Abramat, o anúncio da saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ajuda a acalmar a desconfiança do mercado, mas não basta. O governo teria que adotar uma comunicação mais clara e uma política econômica que caminhe na direção estabelecida para reconquistar a confiança do empresariado.

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