Crescimento

Norte, Nordeste e Centro-Oeste aumentam participação no PIB industrial

Especificamente nos estados, a maior queda ocorreu na participação de São Paulo, seguido pelo Rio Grande do Sul, Paraná e pela Bahia

Danilo Galindo
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Danilo Galindo
Publicado em 06/11/2014 às 14:55
Foto: Pedro Revillion / Palácio Piratini
Especificamente nos estados, a maior queda ocorreu na participação de São Paulo, seguido pelo Rio Grande do Sul, Paraná e pela Bahia - FOTO: Foto: Pedro Revillion / Palácio Piratini
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A produção industrial brasileira desconcentrou-se das regiões Sul e Sudeste e está mais presente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste ao longo de uma década. No Sudeste, o estado de São Paulo, maior parque industrial do Brasil, foi o responsável pela retração, já que o Rio de Janeiro e Minas Gerais registraram aumento na participação produtiva. Os dados estão em mapa divulgado hoje (6), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o perfil do setor nos 27 estados.

Segundo o levantamento da CNI, entre 2001 e 2011, o Norte, Centro-Oeste e Nordeste, aumentaram, respectivamente, 1,9; 1,3 e 0,6 ponto percentual a participação no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos no país) da indústria. No Sul e Sudeste, o movimento foi contrário, com queda respectiva de 2,1 e 1,7 ponto percentual na participação.

Especificamente nos estados, a maior queda ocorreu na participação de São Paulo (7,7 ponto percentual), seguido pelo Rio Grande do Sul (1,2 ponto percentual), Paraná (1 ponto percentual) e pela Bahia (0,2 ponto percentual). Por outro lado, aumentaram mais significativamente sua fatia no PIB industrial o Rio de Janeiro (2,5 ponto percentual), Minas Gerais (2,2 ponto percentual), o Tocantins (1,5 ponto percentual), Espírito Santo (1,2 ponto percentual) e Goiás (0,5 ponto percentual).

Na avaliação de Renato da Fonseca, gerente de Pesquisa da CNI, a redução na participação de São Paulo, que atualmente responde por 31,3% do PIB da indústria, tem relação com a saturação como grande centro. As regiões tradicionalmente menos industrializadas oferecem, além de espaço para crescimento, um mercado de consumo formado recentemente em função do aumento de renda.

“[Os motivos são] congestionamento nos grandes centros, dificuldade para expandir. Essas empresas [que se instalam no Norte, Nordeste e Centro-Oeste] estão procurando ou se aproximar de mercados consumidores ou o fornecimento de insumos. No Centro-Oeste, a razão de [empresas] terem vindo, inicialmente, é o crescimento do agronegócio. Quando há crescimento, você começa a trazer mais demanda. Obviamente, incentivos também ajudam a empresa a se instalar”, ressaltou Fonseca.

Ele acredita que, com uma recuperação futura da indústria, o fenômeno da descentralização se intensificará. O setor atravessou retração nos últimos anos. Em 2003, sua participação no PIB brasileiro era 27,8%. Atualmente, está em 25%. “A descentralização, assim que se retomar o crescimento, vai voltar mais forte”, avalia o gerente de Pesquisa da CNI.

O levantamento da entidade foi feito a partir de bases de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho. As informações foram divulgados durante o 9° Encontro Nacional da Indústria, evento com o objetivo de apresentar as demandas da indústria e debater as perspectivas para o setor pelos próximos quatro anos.

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