Petróleo

Opep eleva previsão da produção de petróleo do Brasil

Produção diária deverá crescer 9,5% na comparação com a média de 2013

Giovanna Torreão
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Giovanna Torreão
Publicado em 06/11/2014 às 13:34
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Produção diária deverá crescer 9,5% na comparação com a média de 2013 - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) melhorou as previsões para a produção brasileira de petróleo e gás em 2014 e nos próximos anos. Estimativa divulgada nesta quinta-feira, 06, aponta que o País deverá elevar a produção diária em cerca de 200 mil barris e alcançará 2,3 milhões de barris/dia em 2014. Diferentemente do relatório anterior, a nova estimativa prevê pico na produção brasileira entre 2025 e 2030, quando o volume deverá alcançar cerca de 4,7 milhões de barris/dia. Depois desse período, haverá acomodação com ligeira queda dos volumes.

A nova edição do relatório anual "World Oil Outlook 2014", apresentado em Viena, na Áustria, mostra que a Opep está ligeiramente mais otimista para as perspectivas da produção brasileira. Em 2014, a produção diária deverá crescer 9,5% na comparação com a média de 2013. A estimativa anterior da Opep era mais conservadora e previa que o Brasil terminaria o ano com produção média de 2,2 milhões de barris - 100 mil barris a menos que o citado nesta quinta-feira.

Para 2015, a produção nacional deve alcançar o equivalente a 2,5 milhões de barris/diários. Os volumes crescem gradualmente para 2,9 milhões de barris (2016), 3,2 milhões de barris (2017), 3,4 milhões de barris (2018) e terminam a década em 2019 com 3,8 milhões de barris - alta projetada de 80% na comparação com a produção do ano passado.

Na próxima década, a produção deve continuar subindo até 4,7 milhões de barris por dia em 2025. O mesmo volume médio é projetado para 2030. De acordo com o relatório anual da Opep, esse deverá ser o pico da produção brasileira no longo prazo. No estudo anterior divulgado em 2013, não havia expectativa desse pico e a Opep previa volumes crescentes para 3,6 milhões de barris/dia em 2020, 4,1 milhões de barris em 2025, 4,3 milhões de barris por dia em 2030 e 4,4 milhões de barris em 2035 - último ano da previsão anterior.

Os números mostram, portanto, que a Opep agora prevê que a produção brasileira crescerá mais rapidamente que o estimado no ano passado. Mas, ao contrário do cenário divulgado em 2013 a tendência de alta da produção deve alcançar o pico em algum momento entre 2025 e 2030. A partir daí, a produção deve cair ligeiramente cerca de 100 mil barris por dia até 2035 e outros 100 mil barris diários até 2040.

América Latina

A Opep reconhece que o Brasil é um dos países mais promissores para o aumento da produção de petróleo e gás na América Latina e será "dominante" na região. A entidade destaca, porém, que atrasos verificados em novos campos de exploração poderão atingir alguns dos novos projetos brasileiros ao longo dos próximos anos. 

"Ao longo dos últimos três anos, muitos planos e projetos têm sido prejudicados por atrasos e é provável que os novos projetos especialmente aqueles que estão em fase de planejamento, enfrentem atrasos similares", destaca o relatório. No relatório, a Opep lista uma série de projetos em desenvolvimento no Brasil, muitos deles relacionados ao pré-sal. 

Segundo o relatório, o Brasil é responsável por 21 dos 50 maiores projetos que iniciarão produção de petróleo e gás até 2018 nos países que não fazem parte da Opep. Além disso, há 19 outros projetos em fase de planejamento como Lula Central, Cernambi Norte, Búzios, Carioca, Lula Norte e Parque dos Doces, entre outros. É esse grupo que provavelmente enfrentará atrasos similares aos projetos que estão em fase de construção. 

Mesmo com os atrasos esperados, o Brasil deverá ter papel preponderante no aumento da produção de petróleo na América Latina nos próximos anos. Segundo a Opep, os países da região que não fazem parte do grupo de exportadores deverão aumentar a produção diária de 4,2 milhões de barris diários em 2013 para 5 9 milhões de barris por dia em 2019. Desse volume, o Brasil contribuirá com cerca de 1,7 milhão de barris ou 85% do crescimento da região. "O Brasil será dominante", diz o documento. Na América Latina, o único membro da Opep é a Venezuela.

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