O saldo líquido de empregos formais gerados em outubro ficou negativo em 30.283, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado há pouco pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É a primeira vez, em meses de outubro, que o Brasil demite mais do que emprega, segundo dados da série histórica, que começa em 1999.
Nem o mais pessimista dos analistas esperava um saldo negativo do Caged no mês de outubro. O resultado de setembro ficou muito abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de criação de 56.250 vagas e fora do intervalo das previsões, que iam de geração de 50.000 a 73.000 postos de trabalho. O saldo do mês passado é resultado de 1.718.373 admissões e de 1.748.656 demissões. No acumulado do ano até outubro houve criação líquida de empregos formais de 912.287 vagas.
A geração de empregos no mês passado ficou bem abaixo do resultado de outubro de 2013, quando houve criação de 94.893 vagas pela série sem ajuste e em 130.865 pela série ajustada. A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
Setores
Os setores de construção civil, agricultura e indústria de transformação foram os principais responsáveis pelas demissões verificadas no mês passado. a primeira vez, em meses de outubro, que o Brasil demite mais do que emprega, segundo dados da série histórica, que começa em 1999.
A construção civil apresentou um saldo negativo de 33.556 vagas, a agricultura encerrou 19.624 vagas e a indústria de transformação, 11.849 postos de trabalho. A extrativa mineral fechou 557 vagas. Os serviços industriais de utilidade pública também encerraram vagas, num total de 85.
Por outro lado, o comércio abriu 32.771 vagas e o setor de serviços abriu 2.433 postos de trabalho. A administração pública teve um saldo positivo de 184 vagas.