A BM&FBovespa seguiu rígida em seu controle de despesas ao longo do terceiro trimestre do ano, fator que se sobressaiu entre os dados de desempenho da companhia, na visão de analistas de mercado. No entanto, a percepção é de que o próximo ano será desafiador, diante do cenário que vem sendo desenhado tendo em vista as condições macroeconômicas do País, o que traz efeitos diretos a uma bolsa de valores.
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No acumulado do ano até setembro, as despesas ajustadas da Bolsa chegaram a R$ 417,4 milhões. No orçamento de despesas ajustadas para 2014 a companhia prevê um intervalo de R$ 585 milhões até R$ 595 milhões. A previsão anterior, revisada em setembro, era de R$ 595 milhões até R$ 615 milhões.
O diretor executivo de Produtos e de Relações com Investidores da BM&FBovespa, Eduardo Guardia, disse que a companhia está trabalhando em um esforço contínuo para manter o crescimento das despesas abaixo da inflação.
Em relatório, o UBS destacou que os dados mais recentes em relação a volumes de negociação e referentes à macroeconomia sugerem que a BM&FBovespa vivenciará um ano de 2015 desafiador. A instituição destaca que a Bolsa tem feito a sua parte diante desse cenário, trabalhando no controle de custos, iniciativas de tecnologia e infraestrutura e distribuindo altos dividendos.
O Credit Suisse destacou o bom controle de custos da companhia, mas também lembrou que o cenário se mostra mais difícil. Depois de um ganho forte de volume de negociação por conta da volatilidade que imperou no período de eleições presidenciais no Brasil, em novembro esses números já começaram a cair, aponta a instituição financeira.
"Embora no curto a médio prazo o cenário seja definitivamente pior neste momento, apontamos que o potencial da companhia é claro, principalmente para aqueles acionistas que conseguirem aguardar", destacam os profissionais em relatório enviado ao mercado.
As entregas da Bolsa de seus projetos em tecnologia e infraestrutura também estão entre os destaques, em especial em relação à integração das clearings, que agora entra em sua segunda fase de execução, com a preparação da migração das ações para o novo ambiente. Os derivativos estrearam a clearing em agosto último.
O diretor executivo de Operações, Clearing e Depositária da Bolsa, Cícero Vieira, afirmou que a estrutura da Bolsa assim como a tecnologia necessária para a migração das ações para a nova clearing estará pronta no fim do próximo ano, mas lembrou que a conclusão dessa fase depende de fatores externos, já que esse procedimento envolve a participação de 70 corretoras que hoje atuam no mercado, e também de aprovação do Banco Central.