Guilherme Afif Domingos, ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, criticou, sutilmente, a política econômica e o modelo de concessão de crédito no País. Durante discurso no VI Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em Florianópolis (SC), argumentou que se deu muito crédito para o consumo e pouco ao setor produtivo. "Hoje só se dá prata a quem tem ouro. Só se empresta para quem tem dinheiro", criticou.
Na visão do ministro, é caro e burocrático para a iniciativa privada tomar crédito. "Tivemos democratização do crédito para o consumo e pouco para a produção. Estamos há um ano e meio trabalhando uma agenda para ampliar o crédito para as micro e pequenas empresas. Esse é um grande desafio", disse.
Afif ainda ponderou que a formalização desanima pequenos empresários em função dos custos. Segundo ele, o próprio gerente do banco estimula que o empresário tome crédito como pessoa física porque é mais barato. "Cerca de 90% do microcrédito, hoje é dado para pessoa física", afirmou. Ele disse ainda que a legislação tributária e a burocracia levam as empresas a "fazer tudo por fora".