A sobra de sucata utilizada na produção de aço gerada pela redução da demanda por parte dos setores automobilístico e de construção civil, é o principal fator a explicar o aumento das exportações do produto. O volume de vendas de sucata ao exterior bateu recorde em outubro, alcançando 76 mil toneladas, o segundo mês de maior volume dos últimos anos, perdendo apenas para as 87,4 mil toneladas que foram exportadas em setembro. Em comparação ao a outubro de 2013 houve aumento de 49,6%.
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"Com a retração da economia e do setor industrial, desde julho as siderúrgicas não estão comprando sucata para produção de aço. A única alternativa para as empresas de sucata é exportar", afirma Marcos Fonseca, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferrosa (Inesfa), que representa as empresas responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no Brasil.
Segundo o Inesfa, os setores automobilístico e de construção civil são responsáveis por 60% da demanda por sucata no país. A estimativa do Instituto é de que algumas siderúrgicas tenham reduzido de 30 a 40% suas produções nos últimos três meses. "Não temos uma perspectiva positiva. As mudanças nesse cenário de baixa demanda do mercado interno não devem acontecer até o final do ano", informa Marcio Trujillo, vice-presidente do Inesfa. O ano de 2015 também é analisado como um período de dificuldade para as empresas do comércio atacadista de sucata ferrosa. "Se não houver a desoneração do setor siderúrgico no próximo ano, o cenário de crise deve se manter", afirma Fonseca.
Apesar do aumento do desempenho das exportações, essa alternativa não é vista como segura. Até porque, segundo Trujillo, "a economia mundial está pressionando para baixo o preço das commodities, no geral, e também os preços do aço. Consequentemente, o valor da sucata é afetado".